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Defensora da cloroquina e ligada a Bolsonaro, médica Nise Yamaguchi fala hoje à CPI da Covid

O comando da comissão quer que ela esclareça como se aproximou de Bolsonaro a ponto de virar uma espécie de conselheira e quais recomendações foram acatadas ou não pelo presidente.

A oncologista Nise Yamaguchi, fala na CPI como convidada. (Foto:TV Senado/Reprodução)

A CPI da Covid ouve nesta terça-feira (1º) a oncologista Nise Yamaguchi, que falará aos senadores na condição de convidada. Nise é defensora do uso da hidroxicloroquina e da cloroquina, remédios sem comprovação de eficácia no tratamento contra a Covid-19, e se tornou conhecida pela proximidade com o governo.

A cúpula da CPI quer que a médica diga à comissão como conheceu Jair Bolsonaro, dê detalhes das reuniões com o presidente e explique o episódio de tentativa de mudança na bula da hidroxicloroquina.

O comando da comissão quer ainda que ela esclareça como se aproximou de Bolsonaro a ponto de virar uma espécie de conselheira e quais recomendações foram acatadas ou não pelo presidente.

A médica Nise Yamaguchi buscou no início de seu depoimento na CPI da Covid se deslocar do presidente Jair Bolsonaro, de quem se tornou conselheira. Citou em seu discurso políticos de diferentes partidos, como os ex-ministros da Saúde José Serra (PSDB) e Alexandre Padilha (PT), ao afirmar que trabalhou em diferentes governos para combater o tabaco e melhor o tratamento contra o câncer. “Não tenho nenhum partido político e estou aqui sem conflito de interesse”, completou.

Mesmo antes de ser questionada, a médica afirmou que sua iniciativa de alterar a bula da hidroxicloroquina por decreto presidencial era baseada em resolução da Anvisa e também era decorrência do momento difícil da pandemia. “Baseada nessa resolução e nessa situação que eu entendia que era importante fazermos a ampliação dos tratamentos de acordo com o julgamento do médico”, afirmou.

A médica também afirmou que sua defesa do tratamento precoce decorre de “uma ciência bastante profunda”.

‘Não queremos prorrogar a CPI’, afirma presidente da comissão

O presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM), afirmou que pretende concluir os trabalhos de investigação da comissão em seu período regimental, de 90 dias, sem prorrogação.

“Queremos terminar a CPI em 90 dias. Não queremos prorrogar a CPI”, afirmou.

A fala se deu para justificar mudanças no cronograma da comissão, com o cancelamento de uma sessão desta quarta-feira (2) para discutir o uso da hidroxicloroquina para o tratamento da Covid-19. Aziz considerou que o depoimento da médica Nise Yamaguchi já seria suficiente para discutir o tema. Governistas, no entanto, pressionam para que o debate seja realizado em outra data.

Com o cancelamento do debate, a sessão de quarta-feira será dedicada para o depoimento da médica Luana Araújo, que havia sido indicada como secretária de Enfrentamento à Covid, mas nem chegou a assumir o cargo por resistência do Palácio do Planalto.

As informações são da Folha.

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