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Brasil

Datafolha: maioria dos brasileiros quer que Lula proíba exploração de petróleo na Foz do rio Amazonas

Prioridade da gestão da Petrobras, atividade extrativa na região sofre oposição principalmente dos mais jovens.

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A foz do rio Amazonas, área de prospecção de petróleo offshore visada por empresas de Brasil, Suriname e Guiana — Foto: Landsat/Nasa

Uma pesquisa do Datafolha divulgada nesta quarta-feira apontou que a maioria dos brasileiros defende que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) proíba a exploração de petróleo na Foz do Amazonas. A bacia fica no litoral do Amapá, dentro da Margem Equatorial, área que se estende até o Rio Grande do Norte, e é considerada uma nova fronteira de exploração petrolífera.

Encomendado pela organização de responsabilização corporativa Ekō, o levantamento mostrou que 61% dos entrevistados querem o veto à extração na região, onde a Petrobras busca perfurar um poço exploratório para verificar a possível existência de reservas petrolíferas. A pesquisa foi realizada a menos de um mês da realização da 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), em Belém, no Pará.

Os mais jovens são ainda mais refratários à atividade na Foz do Amazonas: na faixa dos entrevistados de até 24 anos, 73% deles disseram que Lula deveria vetar o projeto.

Explorar petróleo na Bacia da Foz do Amazonas é uma das prioridades da atual gestão da Petrobras, liderada por Magda Chambriard. A região pode ajudar a estatal a repor reservas para compensar o futuro declínio da produção no pré-sal, no litoral do Rio e de São Paulo, a partir da partir de meados da próxima década.

Apesar das expectativas, o projeto enfrenta resistência, dados os impactos socioambientais. Em maio de 2023, o Ibama negou a licença para a perfuração do poço e, meses depois, um parecer de 26 técnicos recomendou novamente a rejeição. Mesmo assim, a direção do órgão decidiu dar mais tempo para a Petrobras responder aos questionamentos antes de tomar a decisão final.

A pesquisa Datafolha ouviu 2.005 entrevistados de 16 anos ou mais, de forma presencial, em 112 municípios de todas as regiões do país, entre 8 e 9 de setembro deste mês. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. As perguntas do levantamento não mencionam a Petrobras.

De forma geral, a pesquisa identifica amplo apoio público à proteção da Amazônia: 77% dos entrevistados disseram concordar com a meta do governo Lula de acabar com todo o desmatamento ilegal até 2030. Por outro lado, só 17% afirmaram acreditar que esse objetivo será cumprido.

Para 60%, os efeitos das mudanças climáticas, como enchentes e ondas de calor, causam impacto negativo em suas vidas. Além disso, 81% defenderam que o governo deveria fazer mais para proteger as comunidades marginalizadas das mudanças climáticas.


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