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Coronavírus: pesquisador do AM diz que cloroquina tem bom resultado, mas uso ainda não é seguro

“O mundo inteiro acha que a cloroquina será usada agora, mas nós não podemos utilizá-la sem um estudo de segurança”, disse Marcus Lacerda, especialista em saúde pública da FioCruz do Amazonas.

“É preciso lembrar que os casos mais graves de covid-19 são de pessoas mais idosas, que têm doenças cardíacas, entre outras. Um dos efeitos colaterais importantes da cloroquina é justamente a facilitação de arritmias cardíacas”, disse o médico infectologista Marcus Lacerda, especialista em saúde pública da FioCruz do Amazonas ao site Viva Bem, no Portal UOL. “O mundo inteiro acha que a cloroquina será usada agora, mas nós não podemos utilizá-la sem um estudo de segurança”, disse.

A cloroquina é um medicamento utilizado para tratar malária há mais de 70 anos. Porém, em 1970, observou-se resistência ao medicamento. Por isso, hoje ela é usada para somente um tipo de malária, a P. falciparum, mais comum no Brasil.

“O uso desse medicamento no momento não é ponderado, porque isso, eventualmente, pode levar até ao aumento da morte dessas pessoas”, advertiu Marcus Lacerda, que aguarda aprovação da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) para iniciar uma pesquisa pioneira no Brasil para comprovar a segurança do uso das doses aplicadas pelos chineses em pessoas com coronavírus.

Embora os resultados preliminares estejam entusiasmando médicos e a cloroquina tenha uma potente ação anti-inflamatória, que pode ser útil nesse momento de crise, o fato é que o uso da substância contra o coronavírus ainda não é seguro. Por isso os estudos devem avançar com calma. Segundo especialistas ouvidos pelo VivaBem, os resultados obtidos em pesquisas utilizaram doses superiores às aprovadas para tratar a malária —que sabemos ser seguras em curto e longo prazo.

O estudo francês, por exemplo, usou uma dose de 600 mg por dia. Já algumas pesquisas chinesas trabalharam com essa mesma dose duas vez ao dia. No tratamento da malária, o paciente geralmente utiliza 600 mg no primeiro dia e 450 mg em outros dois dias.

O remédio está disponível em duas apresentações no país: o sal de cloroquina (ou disfosfato de cloroquina) e a hidroxocloroquina, que também é indicada para doenças reumatológicas como o lúpus e a artrite reumatóide.

Segundo Claudio Marinho, imunologista do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (USP), um dos efeitos do remédio é modificar o pH de vesículas que estão no interior das células. Isso prejudica a produção de partículas que um vírus precisa para se multiplicar. Assim, ele acaba não se reproduzindo e a infecção é controlada.

Não corra para a farmácia

Por mais que o uso da cloroquina seja promissor, as pessoas não devem promover uma corrida às farmácias para comprar a substância. Seu uso ainda não é seguro e novas pesquisas devem ser concluídas antes de pacientes com coronavírus usarem a substância em seu tratamento. Além disso, o disfosfato de cloroquina você nem vai encontrar nas drogarias. Isso porque esse é um medicamento controlado pelo Programa Nacional de Prevenção e Controle da Malária.

“Como se sabe que já houve resistência a ele, é preciso dosar seu uso para evitar que isso se repita”, explica Claudio Tadeu Daniel-Ribeiro, pesquisador e Chefe de Laboratório de Pesquisa em Malária do IOC (Instituto Oswaldo Cruz-FioCruz). Já a hidroxicloroquina até é possível achar nas farmácias. No entanto, ela é muito importante para tratar pacientes com artrite reumatóide e se pessoas sem a doença começarem a usar sem indicação, vai faltar medicação para quem realmente precisa.

“É preciso lembrar que os casos mais graves de covid-19 são de pessoas mais idosas, que têm doenças cardíacas, entre outras. Um dos efeitos colaterais importantes da cloroquina é justamente a facilitação de arritmias cardíacas”, disse o médico infectologista Marcus Lacerda, especialista em saúde pública da FioCruz do Amazonas ao site Viva Bem, no Portal UOL. “O mundo inteiro acha que a cloroquina será usada agora, mas nós não podemos utilizá-la sem um estudo de segurança”, disse.

“O uso desse medicamento no momento não é ponderado, porque isso, eventualmente, pode levar até ao aumento da morte dessas pessoas”, advertiu Marcus Lacerda, que aguarda aprovação da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) para iniciar uma pesquisa pioneira no Brasil para comprovar a segurança do uso das doses aplicadas pelos chineses em pessoas com coronavírus.

Embora os resultados preliminares estejam entusiasmando médicos e a cloroquina tenha uma potente ação anti-inflamatória, que pode ser útil nesse momento de crise, o fato é que o uso da substância contra o coronavírus ainda não é seguro. Por isso os estudos devem avançar com calma. Segundo especialistas ouvidos pelo VivaBem, os resultados obtidos em pesquisas utilizaram doses superiores às aprovadas para tratar a malária —que sabemos ser seguras em curto e longo prazo.

O estudo francês, por exemplo, usou uma dose de 600 mg por dia. Já algumas pesquisas chinesas trabalharam com essa mesma dose duas vez ao dia. No tratamento da malária, o paciente geralmente utiliza 600 mg no primeiro dia e 450 mg em outros dois dias.
A cloroquina é um medicamento utilizado para tratar malária há mais de 70 anos. Porém, em 1970, observou-se resistência ao medicamento. Por isso, hoje ela é usada para somente um tipo de malária, a P. falciparum, mais comum no Brasil.

O remédio está disponível em duas apresentações no país: o sal de cloroquina (ou disfosfato de cloroquina) e a hidroxocloroquina, que também é indicada para doenças reumatológicas como o lúpus e a artrite reumatóide.

Segundo Claudio Marinho, imunologista do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (USP), um dos efeitos do remédio é modificar o pH de vesículas que estão no interior das células. Isso prejudica a produção de partículas que um vírus precisa para se multiplicar. Assim, ele acaba não se reproduzindo e a infecção é controlada.

Não corra para a farmácia

Por mais que o uso da cloroquina seja promissor, as pessoas não devem promover uma corrida às farmácias para comprar a substância. Seu uso ainda não é seguro e novas pesquisas devem ser concluídas antes de pacientes com coronavírus usarem a substância em seu tratamento. Além disso, o disfosfato de cloroquina você nem vai encontrar nas drogarias. Isso porque esse é um medicamento controlado pelo Programa Nacional de Prevenção e Controle da Malária.

“Como se sabe que já houve resistência a ele, é preciso dosar seu uso para evitar que isso se repita”, explica Claudio Tadeu Daniel-Ribeiro, pesquisador e Chefe de Laboratório de Pesquisa em Malária do IOC
(Instituto Oswaldo Cruz-FioCruz). Já a hidroxicloroquina até é possível achar nas farmácias. No entanto, ela é muito importante para tratar pacientes com artrite reumatóide e se pessoas sem a doença começarem a usar sem indicação, vai faltar medicação para quem realmente precisa.

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