Brasil
Brasil é o país que mais estuda e publica sobre a Amazônia, mostra pesquisa
Conforme a publicação, em 2024, 48% dos artigos científicos sobre a Amazônia tiveram autoria brasileira.
Os pesquisadores brasileiros são os que mais estudam e publicam sobre a Amazônia. Além disso, os cientistas e pós-graduandos que vivem na região estão entre os principais responsáveis pelo desenvolvimento desses estudos, principalmente nos cursos de mestrado e doutorado. A informação consta em um dos capítulos do livro Impacto da Pós-Graduação Brasileira na Agenda 2030: Contribuição do Sistema Nacional de Pós-Graduação para a COP 30 na Amazônia.
Conforme a publicação, em 2024, 48% dos artigos científicos sobre a Amazônia tiveram autoria brasileira. Por outro lado, 20% foram de autores dos Estados Unidos e 7,8% da China. Essa situação favorável ao Brasil permanece e tem avançado desde 2006. Anteriormente, o cenário era bem diferente. Em 1994, por exemplo, 15% dos artigos relacionados à região eram do Brasil, 27% nos Estados Unidos e 7,4% no Reino Unido.
“Embora pareça natural que a maioria dos trabalhos tenha autoria brasileira, isso só se tornou realidade após décadas de esforço na formação de uma comunidade científica qualificada”, descrevem os autores do capítulo Valdir Florêncio da Veiga Junior, Ana Claudia Ruggieri, Sandro Márcio Lima, Veronica Maria de Araújo Calado, Claudia Quintino da Rocha, Ivanise Maria Rizzatti, João Carlos Tavares Carvalho, Joyce Kelly do Rosário da Silva, Klenicy Kazumi de Lima Yamaguchi, Leandro Aparecido Pocrifka e Wanderlei Rodrigues Bastos.
“O protagonismo recente das instituições amazônicas na pesquisa sobre a Amazônia é resultado direto da expansão recente da pós-graduação na região norte, um resultado das políticas públicas voltadas para a diminuição das assimetrias e que é fundamental para fortalecer a soberania científica do País”, declara Antonio Gomes Souza Filho, Diretor de Avaliação da CAPES.
Instituições com mais publicações
A Universidade Federal do Pará (UFPA), com 531 publicações, é a instituição com mais estudos sobre a Amazônia. Ela é seguida pela Universidade de São Paulo (505), pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (340), e pela Universidade Federal do Amazonas (292 publicações). Das dez instituições com mais publicações, há duas estrangeiras: o CNRS da França (213 publicações) e a Academia de Ciências da China (176). Os dados citados são de 2024.
A publicação mostra que, de acordo com dados da Plataforma Sucupira, da CAPES/MEC, a Amazônia Legal, formada pelos estados da Região Norte, além de Mato Grosso e Maranhão, tinha 432 programas de pós-graduação stricto sensu em 2023. Em dez anos, esse número cresceu 61%. Naquele ano, eram 10 mil professores e 35 mil alunos.
“O resultado reflete o fortalecimento que as pesquisas vêm demonstrando ao desenvolver trabalhos que buscam a melhoria da qualidade de vida da população, do meio ambiente e do desenvolvimento global. Sem esquecer que as populações indígenas e tradicionais e os povos originários são muito mais do que fontes de informação”, destacam os autores.
Composta por 248 páginas e dividida em oito capítulos, a publicação destaca projetos e ações relacionados à temática nas nove grandes áreas do conhecimento. Organizou o trabalho: Carlos Alberto Cioce Sampaio, Soraia de Queiroz Costa, André Brasil, Gabriela da Rocha Barbosa e Roberta Giraldi Romano. O livro é uma forma de contribuição para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 30). O evento vai acontecer em Belém (PA) entre 10 e 21 de novembro.
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