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Brasil

Bolsonaro volta a atacar a imprensa e chama repórter do jornal O Globo de ‘otário’

O presidente da República novamente perdeu a compostura ao ser questionado mais uma vez sobre o repasse de R$ 89 mil de Fabrício Queiroz para a primeira-dama Michelle Bolsonaro.

Em visita nesta quarta-feira (26) à cidade de Ipatinga (MG), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a atacar a imprensa ao se recusar a comentar os repasses de R$ 89 mil feitos à sua mulher, Michelle Bolsonaro, pelo policial militar aposentado Fabrício Queiroz, suspeito de comandar um esquema de “rachadinha” no gabinete de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.

“Com todo o respeito, não tem uma pergunta decente para fazer? Pelo amor de Deus”, disse o presidente, ao ser questionado pela Folha se falaria desta vez sobre os depósitos de R$ 89 mil na conta de Michelle.

Indagado por um jornalista do jornal O Globo sobre os depósitos, Bolsonaro afirmou “Deixa de ser otário, rapaz” e rebateu perguntando sobre os supostos repasses mensais feitos pelo doleiro Dario Messer à família Marinho, proprietária da Rede Globo.

Segundo a revista Veja, em depoimento no dia 24 de junho, Messer disse que realizou repasses de dólares em espécie aos Marinhos em várias ocasiões a partir dos anos 1990. A família nega qualquer irregularidade. No último domingo (23), durante uma visita de cinco minutos a ambulantes da Catedral de Brasília, um repórter do jornal O Globo questionou o presidente sobre os motivos para Queiroz e sua mulher terem repassado esse valor para a conta de Michelle.

Após a insistência do repórter, sem olhar diretamente para ele, afirmou: “A vontade é encher tua boca com uma porrada, tá?”.

Amigo do presidente há 30 anos, Queiroz atuou como assessor de Flávio na Assembleia do Rio, quando o filho do presidente era deputado estadual. Queiroz está em prisão domiciliar e, assim como Flávio, é investigado sob suspeita dos crimes de peculato, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

Na segunda-feira (24), em conversa reservada relatada à Folha, o presidente reconheceu que exagerou na declaração, mas ele ainda não definiu se pedirá desculpas públicas. Ele tratou do assunto com ministros como Fábio Faria (Comunicações) e Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo).

Nas conversas, disse que não pretendia repetir nos próximos dias a retórica inflamada, já que, na avaliação dele, ela poderia prejudicar o anúncio de pautas positivas, como o Renda Brasil. “Conversei agora com o presidente. Aviso aos torcedores do caos e do conflito diário: perderam. A paz continua”, escreveu Faria nas redes sociais.

Bolsonaro também foi lembrado de que o aumento de sua popularidade ocorreu justamente quando ele adotou uma postura “paz e amor” e deu uma pausa em confrontos diretos com veículos de imprensa e com o STF (Supremo Tribunal Federal).

A declaração do presidente foi avaliada como desastrosa tanto por integrantes da cúpula militar como da equipe econômica. Para eles, Bolsonaro criou sem motivo uma pauta negativa contra a sua própria gestão em um momento no qual ​vinha recuperando a sua imagem pública. O ideal, na opinião de assessores do governo, é de que o presidente viesse a público pedir desculpas.

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