Conecte-se conosco

Brasil

Banco Central calcula 127 ataques cibernéticos no sistema financeiro desde 2024

As invasões podem afetar a confiança dos clientes e resultar em perdas financeiras “significativas”

banco-central-eleva-selic-para

O BC (Banco Central) infomou nesta 4ª feira (12.nov.2025) que a crescente digitalização do sistema financeiro nacional eleva o risco cibernético às instituições financeiras. Afirmou que os ataques estão cada vez mais sofisticados e os criminosos têm “conhecimento avançado”. A autoridade monetária contabilizou 68 incidentes de janeiro a outubro. Foram 59 em todo o ano de 2024, o que totaliza 127 ataques desde o ano passado. As informações são do O Poder 360.

As invasões podem afetar a confiança dos clientes e resultar em perdas financeiras “significativas”, segundo o diretor de Fiscalização do BC, Ailton de Aquino. As informações constam no Relatório de Estabilidade Financeira do BC.
“As IFs (instituições financeiras) destacam que a crescente digitalização do acesso ao SFN (sistema financeiro nacional) eleva o risco cibernético, com ataques cada vez mais sofisticados, num cenário onde a interconexão dos sistemas financeiros poderia ampliar o potencial do impacto de uma falha numa única IF”, disse o BC.

Aquino disse que o crescimento dos ataques cibernéticos é a “materialização” do risco ao sistema financeiro.

“É um risco que tira meu sono, como diretor de Fiscalização, e agora acho que tira todo o sono de todos os membros da diretoria colegiada, que estão trabalhando neste assunto sobre risco cibernético”, declarou o BC.

Aquino declarou que, dos 68 incidentes cibernéticos até outubro deste ano, há 37 relacionados a fraudes.

“As estruturas do Banco Central e do Pix funcionam perfeitamente. São resilientes”, declarou. Ele afirmou que os ataques cibernéticos são feitos em estruturas de instituições financeiras reguladas.

O diretor disse que está reforçando os times de supervisão e monitoramento dos incidentes cibernéticos.

SOFISTICAÇÃO DO CRIME
A autoridade monetária declarou que os eventos recentes exigiram conhecimento avançado sobre a operação do sistema financeiro nacional. Na avaliação do BC, os incidentes cibernéticos recentes demonstraram que a materialização do risco pode trazer implicações para as instituições financeiras e de pagamento.

Os ataques provocaram perdas financeiras em alguns casos e demonstraram fragilidades relacionadas a controles essenciais em instituições e seus provedores de serviços.

Segundo o BC, um “conjunto razoável” de participantes do sistema financeiro não dispõe de mecanismos adequados para gerenciar serviços providos por meio de API (Application Programming Interface). Aquino defendeu uma “regulamentação forte” de API e de serviços de terceiros.

“Grupos criminosos possuem conhecimento avançado sobre a operação do SFN (sistema financeiro nacional) e cooptam colaboradores das IFs/IPs ou prestadores de serviço contratados por elas”, declarou o BC.

Os criminosos sabiam sobre a organização e os processos, incluindo o conhecimento sobre aspectos específicos da arquitetura dos sistemas das instituições atacadas e das atividades desenvolvidas por pilotos de reserva dessas instituições.

“As táticas, técnicas e procedimentos dos criminosos na execução de ataques cibernéticos indicam que esses grupos possuem conhecimento avançado sobre a operação”, disse o relatório.


Clique para comentar

Faça um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

seis + catorze =