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Sobre apagão no Amazonas, DF e outros estados, ex-diretor-geral do ONS pergunta: “o que houve com os sistemas de contingência?”

Luiz Carlos Ciocchi questiona funcionamento do critério de confiabilidade N-2, que permite às interligações do setor elétrico perder dois elementos sem que haja cortes generalizados de energia.

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O ex-diretor-geral do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) Luiz Carlos Ciocchi colocou um novo elemento para discussão sobre o blecaute ocorrido nesta madrugada: se e por que o critério de segurança N-2, padrão no sistema interligado nacional, não funcionou adequadamente.

Diferentes estados brasileiros registraram apagões na madrugada desta terça-feira (14/10). Há relatos de interrupção no fornecimento de energia elétrica, que duraram entre cerca de 10 minutos minutos e uma hora, em São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco, Bahia, Amazonas, Minas Gerais, Goiás e Santa Catarina, além do Distrito Federal.

No Amazonas, a Amazonas Energia confirmou que a queda de energia atingiu as cidades de Manaus, Parintins e Itacoatiara

O N-2 é uma norma que determina que o sistema deve ser capaz de enfrentar a perda de até dois elementos simultaneamente sem restrição de atendimento à carga.

Em alguns momentos de crise aguda no setor, com escassez hídrica e queda no volume dos reservatórios, houve flexibilização da norma e a adoção do critério N-1 — em vez de dupla contingência, apenas uma.

“Aquela região é muito bem malhada [com boa rede de transmissão]. Em tese, era para estar funcionando o N-2 ou o N-1”, afirmou Ciocchi à CNN.

Segundo ele, quando esse padrão de confiabilidade está operando a contento, a perda de um ponto específico não desestabiliza o sistema e passa praticamente despercebida pelos consumidores.

“O ERAC (Esquema Regional de Alívio de Carga) funcionou bem e isso é muito positivo, mas o que houve com os sistemas de contingência?”, acrescentou.

Ciocchi, diretor-geral do ONS entre 2020 e 2024, disse esperar um RAP (Relatório de Análise de Perturbação) “rápido”.

Esse documento, praxe quando ocorre um blecaute, analisa os motivos da ocorrência e busca evitar novos episódios da mesma natureza.

Mais cedo, em entrevista na EBC (Empresa Brasil de Comunicação), o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, ressaltou que não há falta de energia e que houve um problema pontual de infraestrutura.

“Não houve grandes danos ao sistema. O dano foi pontual e vamos apurar para evitar novos episódios”, disse Silveira no programa “Bom Dia, Ministro”.

“Aconteceu um problema elétrico em uma subestação de grande porte no Paraná […]. O sistema, perdendo uma subestação desse volume de energia, ele corta programadamente um percentual em cada estado, estado mais próximo, em alguns estados, onde é necessário fazer uma reprogramação de carga”, afirmou.


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