Conecte-se conosco

Brasil

América Latina discute criação de grupo para rastrear dinheiro proveniente de crimes ambientais na Bacia Amazônica

Os crimes contra o meio ambiente e os recursos naturais representam a terceira maior economia ilícita do mundo em volume de recursos movimentados, atrás apenas do narcotráfico e do tráfico de pessoas.

america-latina-discute-criacao

O Grupo de Ação Financeira da América Latina (Gafilat) deve aprovar, nesta quinta-feira (30/7), a criação de um grupo de trabalho de países da bacia Amazônica para rastrear o dinheiro proveniente dos crimes ambientais na região.

De acordo com informações do jornal O Globo, delegações de 18 países latino-americanos estão reunidas em El Salvador para discutir políticas de prevenção ao crime financeiro.

A iniciativa foi apresentada pela Colômbia, após o Instituto Igarapé apresentar um estudo inédito que aponta a necessidade de cooperação internacional entre países da região para conter o avanço dessas ações ilícitas, já que atualmente muitos ainda não rastreiam a cadeia desses crimes que começam antes da devastação e acabam na lavagem de dinheiro. A proposta será debatida e votada pela plenária amanhã.

Os crimes contra o meio ambiente e os recursos naturais representam a terceira maior economia ilícita do mundo em volume de recursos movimentados, atrás apenas do narcotráfico e do tráfico de pessoas. Segundo estudos do Grupo de Ação Financeira Internacional (Gafi), órgão intergovernamental que desenvolve e promove políticas para combater a lavagem de dinheiro e o financiamento do terrorismo, e do Instituto Igarapé, os crimes ambientais movimentam globalmente entre US$ 110 bilhões e US$ 281 bilhões por ano.

Os sistemas de combate à lavagem de dinheiro nos países da América Latina ainda não tratam com a devida prioridade esse tipo de crime, diz o Instituto Igarapé.

O novo estudo do Igarapé sobre a importância de um sistema interligando entre os países ainda está inédito, será apresentado no Brasil agora em agosto. Uma análise anterior feita pela entidade em 131 operações conduzidas pela Polícia Federal (PF) entre 2016 e 2022, que tinham como foco crimes ambientais com hipóteses de ilícitos econômicos associados, relevou grupos criminosos altamente organizados, com utilização de “laranjas” para registro de propriedades no Cadastro Ambiental Rural (CAR), na tentativa de iniciar o processo de regularização fundiária.

Além disso, o estudo feito das operações aponta o uso de empresas fictícias, constituídas apenas documentalmente e sem qualquer atividade econômica real, para dissimular a origem e os pagamentos de valores oriundos de crimes ambientais a testas-de-ferros e administrar e blindar os bens da organização criminosa.


Clique para comentar

Faça um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

dez − 6 =