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Brasil

Amazônia bate limite de 1,5ºC acima da temperatura média pela primeira vez, informa UOL

Roraima registrou 2°C acima da média. Amazonas e Mato Grosso do Sul vêm em seguida, ambos com alta de 1,7ºC.

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A temperatura da Amazônia brasileira em 2024 ficou 1,5ºC acima da média dos últimos 40 anos. O número é recorde e chega a um limite que nunca deveria ser atingido, segundo o Acordo de Paris. Os dados são da rede MapBiomas, que divulgou nesta terça-feira (04/11) uma linha do tempo desde 1985, segundo informou o UOL, nesta terça-feira (04/11)

amazonia-bate-limite-de-15oc-aNo ano passado, a temperatura média na Amazônia brasileira foi de 27,1ºC, a maior já registrada pela rede. A média histórica do bioma entre 1985 e 2024 é de 25,6ºC.

A Amazônia também se destaca na análise por estados: o maior aumento de temperatura em 2024 foi registrado em Roraima: 2°C acima da média. Amazonas e Mato Grosso do Sul vêm em seguida, ambos com alta de 1,7ºC.

O recorde, alertam os cientistas, é apenas o primeiro marco de um problema que vem ocorrendo nos últimos anos e que tende a seguir piorando —ao menos em curto prazo. Segundo os dados, a temperatura média da Amazônia vem aumentando 0,29°C por década.

Os dados apontam que, desde 1985, a Amazônia perdeu 52 milhões de hectares (-13%) de área vegetação nativa, o que impulsionou uma alta na temperatura de, em média, 1,2ºC em 40 anos.

O desmatamento e o aumento da temperatura estão mudando também o ciclo de precipitações. Em 2024, choveu 20% a menos que a média histórica na Amazônia, um segundo ano seguido de seca.

O bioma, historicamente, é o mais chuvoso do país, com uma média 2.215 mm ao ano. Em 2024, choveu apenas 1.767 mm. A redução, porém, não é homogênea: em algumas regiões a precipitação foi de 1.000 mm a menos.

Anos com mais chuva na Amazônia (1985-2024):

1989 – 2.455 mm
1985 – 2.429 mm
1988 – 2.418 mm
2000 e 2009 – 2.416 mm

Anos com menos chuva:

1997 – 1.969 mm
2015 – 1.940 mm
1992 – 1.932 mm
2024 – 1.768 mm
2023 – 1.751 mm

Com a diminuição das chuvas, aumentou a área queimada na Amazônia, que atingiu 15,6 milhões de hectares no bioma em 2024.

Os anos de 2023 e 2024 tiveram forte influência do fenômeno do El Niño, que favorece a ocorrência de seca e altas temperaturas na Amazônia, diz a pesquisadora Luciana Rizzo, do MapBiomas Atmosfera. “Mas não se trata de um valor isolado de temperatura acima da média. A temperatura está crescendo sistematicamente ao longo dos últimos 40 anos, e a estação seca da Amazônia está ficando mais longa”, diz.

Outros biomas também aquecem

Entre todos os biomas brasileiros, o Pantanal foi o que registrou em 2024 a maior alta em relação à média: 1,8°C acima.

A situação preocupa porque o bioma é o que mais vem aquecendo ao longo dos últimos 40 anos, com média de 0,47°C a mais por década. O Pampa é o que menos sofre, mas mesmo assim vem tendo altas de 0,14°C por década.

“Estes aumentos de temperatura têm impactos significativos em todos os biomas brasileiros. A redução de precipitação também tem efeitos importantes, especialmente na Amazônia e no Pantanal”, diz Paulo Artaxo, da plataforma MapBiomas Atmosfera.

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