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Alunos da Região Norte registraram as notas mais baixas no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) de 2022

O Pisa mede o desempenho dos estudantes de 15 anos em matemática, leitura e ciências.

Alunos são avaliados em Português e Matemática. (Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles)

Alunos do Sul, do Sudeste e do Centro-Oeste vão melhor do que a média nacional nas três matérias (Matemática, Leitura e Ciências) avaliadas pelo Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) de 2022, o principal exame internacional de educação básica. A prova é aplicada pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Norte e Nordeste ficam abaixo do resultado geral do Brasil.

O Sul tem as melhores notas, enquanto o Norte apresenta as piores. A diferença nas médias dessas duas regiões chega a 45 pontos. O Nordeste – embora tenha alguns exemplos de bom desempenho na rede pública, como Ceará e Pernambuco – também tem baixos desempenhos nas disciplinas cobradas pelo Pisa.

O Pisa mede o desempenho dos estudantes de 15 anos em matemática, leitura e ciências. As habilidades em matemáticas receberam maior foco nessa edição.

Os resultados da avaliação foram divulgados nesta terça-feira, 5. O Pisa não tem escala máxima ou mínima de pontos. As nações são divididas em uma escala, sendo que cada 20 pontos significam a diferença de um ano de escolaridade.

Fatores como baixa escolaridade dos pais, acesso a uma alimentação de qualidade, a oportunidades culturais e o tempo livre para estudar impactam os alunos mais vulneráveis. Já a qualidade do ensino é alavancada, principalmente, por uma boa formação dos professores e pelas expectativas mais altas de aprendizagem entre os jovens da rede privada.

O ministro anunciou também que pretende, na divulgação do próximo Pisa, em 2025, que haja resultados por Estado. Para isso, segundo o MEC, a amostra de alunos participantes terá de ser de cerca de 40 mil. Na última edição, 10 mil alunos de 15 anos fizeram a prova no Brasil.
Em Leitura, foram 410 pontos e a 52º colocação. Em Ciência, o Brasil aparece em 61º, abaixo da Argentina e do Peru, e com 403 pontos.

Comparado aos demais países, a região Sul divide a posição 58 em Matemática com a Tailândia. O Brasil é o 65º deste ranking. O Norte fica entre as oito piores posições, ao lado do Panamá e com apenas 21 pontos a mais do que o Camboja, o lanterna da lista.

Em Leitura, Sul, Sudeste e Centro-Oeste ficam entre Ucrânia e Romênia, que estão em 45º, e o Catar (47º). O Brasil é o 52°.

Nordeste e Norte aparecem entre os 20 últimos da lista. Os alunos nordestinos ficam empatados com o Panamá na posição 59. Já o Norte está entre Arábia Saudita (62º) e Chipre (63º).
Nas Ciências, o Sul empata com a Bulgária (51º), o Sudeste fica entre Malásia (52º) e Mongólia (53º), e o Centro-Oeste divide a mesma nota de Chipre (54º). O Nordeste está entre Panamá (65º) e Geórgia (66º), e o Norte equipara-se à Macedônia do Norte (68º). Na média geral, o Brasil aparece em 61º.

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Sete a cada dez estudantes brasileiros de 15 anos não aprenderam o mínimo esperado de matemática, mostra o Pisa 2022 — principal avaliação de educação básica no mundo.

Esses alunos não conseguem resolver contas simples, nem comparar a distância entre duas rotas, por exemplo. Os alunos também não sabem fazer equações consideradas simples.

O percentual de alunos com baixo desempenho em matemática é de 31% nos países da OCDE, “clube dos ricos” — enquanto no Brasil é de 73%. Os dados divulgados hoje são referentes a 2022 — quatro anos antes, em 2018, esse percentual era de 68% entre os brasileiros (24% na OCDE).

Apenas 1% dos alunos no Brasil obtiveram os melhores níveis de rendimento matemático. Em países como Singapura, que lidera o ranking com os melhores resultados, 41% dos alunos alcançaram esse indicador.

No ranking geral da disciplina, o Brasil ocupa a 64º posição — 80 países participaram da avaliação. Estudantes de Singapura, Macau, Japão e Coreia ocupam as primeiras posições.

Os estudantes brasileiros mais ricos conseguiram 77 pontos a mais do que os alunos pobres na matéria. A desigualdade, entretanto, foi menor em relação à média de 37 nações da OCDE, que fica em 93 pontos.

Metade não sabe mínimo em leitura, nem em ciências

O Brasil registrou um desempenho melhor nas habilidades de leitura e ciências, mas ainda assim abaixo da média da OCDE. Por exemplo, 50% dos estudantes não conseguem encontrar a ideia principal em um texto. A média geral é de 26%.

A nota média do Brasil em leitura caiu de 413 pontos para 410 — de 2018 para esta última edição. Apesar de uma diminuição ser sempre preocupante, segundo especialistas consultados pelo UOL, outros países tiveram um recuo maior que o do Brasil.

Em ciências, 55% dos alunos no Brasil não sabem o mínimo esperado sobre a disciplina. Esses estudantes não conseguem reconhecer a explicação certa para fenômenos científicos, por exemplo.

No ranking geral de leitura, o país ficou em 52º em leitura e em 61º em ciências. Mais de 10 mil alunos brasileiros realizaram a avaliação.

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