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Amazonas

Wilson Lima teve o maior orçamento da história do Amazonas no primeiro ano da pandemia

A receita executada de 2020 foi de R$ 22,7 bilhões, contra R$ 19, 8 bilhões em 2019. Trata-se, portanto, de um aumento de 15%, que correspondeu a R$ 2,9 bilhões a mais.

De acordo com informações de uma equipe técnica da Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz) apresentadas à Assembleia Legislativa do Estado (ALE), na última segunda-feira, a receita de impostos no Amazonas cresceu 15% em 2020, se comparado ao ano de 2019, e o governador Wilson Lima (PSC) teve R$ 2,9 bilhões a mais para governar mesmo com a crise econômica provocada pela pandemia do novo coronavírus.

O valor do orçamento do Estado em 2020 foi o maior da história do Amazonas. De acordo com o relatório apresentado pelos técnicos da Sefaz, a receita executada de 2020 foi de R$ 22,7 bilhões, contra R$ 19, 8 bilhões em 2019. Trata-se, portanto, de um aumento de 15%, que correspondeu a R$ 2,9 bilhões a mais.

Segundo os técnicos, também cresceram os repasses legais aos poderes (R$ 184 milhões a mais ou 11%), a distribuição constitucional aos municípios (R$ 201 milhões a mais ou 7%) e a despesa com pessoal (R$ 410 milhões ou 5%), mesmo com os reajustes salariais congelados pelo próprio governador para as principais categorias, como o pessoal da área de saúde e os profissionais da educação.

Wilson Lima administrou o Estado, em seu primeiro ano de governo (2019), já com a maior arrecadação da história. Foram R$ 21,9 bilhões, ou R$ 4,02 bilhões a mais de Receita Bruta, em comparação a 2018 (R$ 17.900.167.459,20). O crescimento foi de 24,45%.

Colapso

O presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) da ALE, deputado Ricardo Nicolau (PSD), afirmou que o governo do Estado precisa melhorar a qualidade dos gastos públicos, já que mesmo batendo recordes de arrecadação tributária em meio à pandemia, não conseguiu evitar o colapso da saúde pública e registra a maior taxa de mortalidade por Covid-19 do mundo atualmente.

Para Ricardo Nicolau, a qualidade das despesas não tem acompanhado o crescimento das receitas. “O problema do Amazonas não está na arrecadação, está na gestão e na qualidade dos gastos. Há um descompasso muito grande entre o que é arrecadado e o que é prestado em serviços públicos à população. O Amazonas tem batido todos os recordes de arrecadação mesmo com a pandemia, mas ainda assim há um colapso na saúde, onde faltam estrutura, medicamentos e até mesmo oxigênio”, criticou.

Com a segunda onda e o colapso do sistema público de saúde, Manaus ultrapassou em mortalidade pela doença do novo coronavírus os números de todos os países com mais de 100 mil habitantes no mundo. De acordo com o painel mundial de casos, os índices da capital amazonense já superam os de países como a Bélgica, que lidera o ranking de mortalidade.

“Vemos um aumento de 24% nas despesas de um modo geral, mas não se sabe a qualidade desses gastos. Falta um núcleo no governo que analise criteriosamente as despesas por bloco de atuação. Estamos diante de um Estado com arrecadação crescente e boa saúde financeira, mas que, por outro lado, não consegue prestar os serviços com qualidade na saúde, educação, segurança e infraestrutura”, analisou o presidente da CAE.

Na gestão de Wilson Lima, pagamentos na função saúde não acompanharam arrecadação recorde do Estado