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Amazonas

Waimiri Atroari não são contra linhão de energia, mas querem consulta e compensações

O trauma do genocídio do povo Waimiri Atroari, ainda está marcado na memória dos índios . Eles foram reduzidos a apenas 350 pessoas, após a morte de mais de 2,5 mil deles, em consequência da construção da BR-174.

“Nós não somos contra a obra. Só queremos estudar com o governo a melhor forma de o linhão ser construído. Nosso objetivo é o diálogo. Também pedimos paciência para que não haja outro ataque”. A frase é de Tuwadja Joanico Waimiri, um dos representantes dos Waimiri Atroari, no último encontro com a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, com ideranças indígenas da etnia para tratar sobre o projeto de linha de transmissão energética elétrica entre Manaus (AM) e Boa Vista (RR).

O trauma do genocídio do povo Waimiri Atroari, ainda está marcado na memória dos índios . Eles foram reduzidos a apenas 350 pessoas, após a morte de mais de 2,5 mil deles, em consequência da construção da BR-174, que liga Manaus a Boa Vista, e das violências praticadas pelo governo militar para dobrar sua resistência à obra, nos anos 1970. São essas lembranças que voltaram a assaltá-los após o governo divulgar, no fim de fevereiro, que pretende publicar um decreto para viabilizar a construção de uma linha de transmissão em suas terras (RR/AM) – com ou sem sua concordância.

O chamado linhão, com 700 quilômetros de extensão, deve cortar a terra Waimiri Atroari. Roraima é o único estado brasileiro que não faz parte do Sistema Interligado Nacional (SIN). O abastecimento se dá por meio de linhas de transmissão que saem da Venezuela e por termoelétricas a diesel. Em meio à crise política venezuelana, o governo brasileiro resolveu acelerar a implementação do linhão. Os indígenas, por outro lado, lembram que a obra vai durar pelo menos três anos. “O problema não será resolvido nos próximos dias”, ressalta Marcelo Ewepe Atroari. Para o líder indígena, o diálogo é a melhor saída para que não haja atrasos na conclusão do projeto.

 

Veja vídeo de Tuwadja Joanico Waimiri, no canal do Instituto Socioambiental:

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