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Amazonas

Uma semana após posse de novo secretário de Segurança, Wilson Lima mantém secretaria de Inteligência sem titular

Delegado Samir Freire e outros policiais são suspeitos de pedir dinheiro para liberar as cargas e ameaçavam empresários com flagrantes forjados

Samir Freire (à esq.) comandou a Secretaria de Inteligência desde o início da gestão Wilson Lima

Uma semana após a posse do novo secretário de Segurança Pública, o general de Exército Carlos Mansur, o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), mantém vago o cargo de secretário adjunto de Inteligência, após a exoneração do delegado Samir Freire, preso no dia 9 de julho, suspeito de extorquir e desviar 60 quilos de ouro de garimpeiros.

No último dia 6 de agosto, Alberto Mansur visitou o Centro Integrado de Inteligência de Segurança Pública Regional Norte (CIISPR-N), na zona oeste de Manaus, e destacou o papel estratégico da área de Inteligência para a Segurança Pública. “Na minha gestão, vou priorizar porque nada se planeja sem ter uma boa Inteligência. Vou buscar parcerias não só com os órgãos do Sistema de Segurança do estado, mas com os órgãos federais”, disse.

De acordo com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Amazonas (MP-AM), Samir e outros policiais pediam dinheiro para liberar as cargas e ameaçavam empresários com flagrantes forjados.

No dia 21 de julho, o professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP) e membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Rafael Alcadipani, disse que era “no mínimo estranho” o fato do governador Wilson Lima demorar tanto para anunciar um novo titular para a pasta. “Quando a gente não tem a presença de um titular nesta área, isso mostra a total despreocupação do governo estadual com a questão da inteligência”, afirmou.

A pedido do MP-AM, o Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) prorrogou, na última sexta-feira (06/09), a prisão de Samir Freire e outros suspeitos no roubo de ouro (Adriano José Frizo, Jarday Bello Vieira e André Silva da Costa) por mais 30 dias.

O MP-AM deu novo prazo de 30 dias para o governo do Estado transferi o sistema de intercepção telefônica ‘Guardião’ e do Laboratório de Tecnologia contra a Lavagem de Dinheiro (LAB-LD), que permanecem funcionando na Secretaria Executiva Adjunta de Inteligência (Seai), para as instalações físicas da Polícia Civil do Estado do Amazonas.

A recomendação do MP-AM é para que apenas policiais integrantes da estrutura da Polícia Civil e sob a supervisão da Delegacia-Geral possam dar cumprimento às medidas de interceptação telefônicas em andamento e às que vierem a ser autorizadas judicialmente, saindo assim, do controle dos servidores da Secretaria Adjunta de Inteligência (SEAI). “Para isso, a Secretaria de Segurança Pública deve providenciar, no prazo de cinco dias, uma equipe de transição para operar e manusear esse sistema ainda na estrutura da Seai, até que seja preparada a estrutura física e tecnológica necessária à transferência dos equipamentos para a sede da Polícia Civil”, informou a Promotora de Justiça Marcelle Cristine de Figueiredo Arruda.

A recomendação também dá prazo de 30 dias para que a Delegacia Geral da Polícia Civil providencie todas as obras estruturais necessárias para o recebimento desses equipamentos. O Ministério Público também quer que a Secretaria de Segurança dê continuidade ao contrato firmado com a Empresa Dígitro, de forma que não haja descontinuidade na prestação do serviço.
Não havendo a adoção de providências para o cumprimento da recomendação, o Ministério Público atuará para a responsabilização dos agentes públicos, com a promoção das ações penais e de improbidade, quando cabíveis.

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