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Amazonas

Tragédia com filha de influenciadora marca governo que teve mortes de crianças cardiopatas, falta de oxigênio e mais homicídios

O governador Wilson Lima (UB) virou réu, acusado pelo Ministério Público de comandar um esquema de superfaturamento na compra de respiradores em uma loja de vinho.

A morte, nesta segunda-feira (12/09), em Manaus, de Lua Lima Pinheiro, de 5 anos, filha da influenciadora Magrinha Ellen, que lutou por uma vaga de UTI na Fundação Hospitalar de Hematologia e Hemoterapia do Amazonas (Hemoam), colocou em xeque, novamente, a gestão do governador Wilson Lima (UB), que ficou marcado, desde o início por escândalos envolvendo mortes de pessoas, principalmente na área de saúde pública.

No primeiro ano, em 2019, a gestão foi marcada pelo caso de 29 crianças com doenças no coração que morreram na espera de um procedimento cirúrgico, segundo a Associação dos Cardiopatas. Foram destaques nos meios de comunicação as mortes de Talita Valentina, que aguardava por uma cirurgia no coração, e Ayla Lemos, uma outra menina que completaria um ano e quatro meses, que aguardou por meses a cirurgia.

A família de Ayala ainda conseguiu uma decisão judicial, obrigando o governo a promover seu atendimento. Mas quando o estado atendeu a determinação da Justiça, ela contraiu duas infecções no Hospital Francisca Mendes e não pôde ser operada. Depois de conseguir tratar as infecções, conseguiu, por meio de doação, fazer a cirurgia num hospital particular, mas não resistiu ao pós-operatório.

Na pandemia, o governo foi marcado por mais mortes, por falta de atendimento em hospitais lotados e falta de oxigênio, que virou notícia na imprensa mundial. O governador Wilson Lima (UB) virou réu no Superior Tribunal de Justiça (STJ), acusado pelo Ministério Público de comandar um esquema de superfaturamento na compra de respiradores que não serviam para pacientes mais graves de Covid-19, em uma loja de vinho.

O aumento das mortes também marcou a gestão na área de Segurança Pública. Execuções com tiros de fuzil, corpos esquartejados, roubos seguidos de mortes, colaboraram para que o Amazonas se tornasse em 2021 o estado brasileiro em que mais cresceram os registros de crimes violentos por 100 mil habitantes, com o aumento de 54% nas ocorrências superando o índice nacional.

Os números do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, confirmam o Amazonas como o Estado brasileiro com o maior crescimento na taxa de mortes violentas intencionais entre 2020 e 2021. No Amazonas, segundo o documento, os números desse crimes subiram de 1.121, em 2020, para 1.670 ,em 2021.

No chão

Em junho deste ano (2022) a presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Santas Casas, Entidades Filantrópicas e Religiosas e Estabelecimentos de Saúde do Estado do Amazonas (Sindpriv-AM), Graciete Mouzinho, informou, que bebês estavam recebendo tratamento médico no chão do Hospital e Pronto-socorro Infantil da Zona Sul, bairro Cachoeira, zona sul de Manaus.

Nas imagens enviadas pela sindicalista, era possível identificar ao menos cinco crianças deitadas no chão da unidade hospitalar recebendo o suporte médico intravenoso. Há informações de que crianças também estão sendo atendidas em cadeiras do hospital devido à falta de leitos clínicos, em função do crescimento de mais de 100% na busca por atendimento, com o aumento dos casos de doenças infantis.

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