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Amazonas

Sindicato denuncia onda de demissões sumárias de trabalhadores da saúde no AM que reclamaram de salários atrasados

Em um dos casos, 30 profissionais foram desligados do Hospital Adriano Jorge, em Manaus

FOTOS E VÍDEOS: Edson Aquino e Arthur Castro / SECOM

A presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Santas Casas, Entidades Filantrópicas e Religiosas e Estabelecimentos de Saúde do Estado do Amazonas (Sindpriv-AM, Graciete Mouzinho, denunciou que nas últimas duas semanas cerca de 30 profissionais da saúde que atuavam de maneira terceirizada, pelo Insituto Doctor (antiga Copeam), na Fundação Hospital Adriano Jorge, zona sul de Manaus, foram demitidos após reclamarem de atrasos de salários em um grupo de aplicativo de mensagens instantânea.

De acordo com a sindicalista, há pelo menos dois meses os enfermeiros estão atuando sem receber na unidade de saúde.
“Os 30 enfermeiros foram demitidos porque o salário está atrasado há mais de dois meses e eles começaram a cobrar no grupo pagamento. Eles começaram a cobrar dizendo: ‘ sim, e aí, o nosso pagamento não vai sair? Vocês falaram quando contrataram que o salário não iria atrasar e que vocês iriam pagar corretamente e nós estamos há dois meses sem salário, sem alimentação, sem vale-transporte. E aí , vão tomar providência? Vão nos pagar quando?’ Aí, devido há muitos enfermeiros estarem cobrando direto, e não foi só um cobrando, o que eles fizeram? Notificaram todos eles dizendo que comparecessem ao RH. Deram o documento dizendo que todos estavam demitidos”, disse Graciete.

Ela informou ainda que até uma diretora do Sindicato pegou a conta por conta das cobranças de pagamento.
“Quando elas chegaram na empresa, foi outra confusão para receber documento. Elas se sentiram muito humilhadas. Inclusive, eles demitiram uma diretora nossa, que nem pode ser demitida, porque ela tem uma garantia. A partir do momento em que eles contrataram um diretor de sindicato, ele tem estabilidade. Inclusive, ela entrou na justiça para que eles indenizem esses cinco anos dela (de estabilidade)”, informou a sindicalista, reiterando que “o pagamento segue atraso, sem vale-transporte, sem vale-alimentação, elas não podem questionar e nem perguntar nada, que a ameaça continua lá no Hospital Adriano Jorge”, completou.

Graciete disse que o caso foi judicializado.

Mais demissão

O enfermeiro Roney Gomes denunciou nas redes sociais que foi sumariamente demitido menos de 24 horas após reclamar de atraso de dois meses em seu salário e de outros profissionais  no Hospital Regional do município de Lábrea, no interior do Amazonas.

Roney disse ao 18horas que exercia  a função na unidade estadual de saúde de maneira terceirizada e que, por cobrar o pagamento de salário, acabou sendo afastado do hospital após 13 anos de atividades regulares. Ele não quis dizer o nome da empresa. O 18horas apurou que é a Sasmet.

“Eu postei aqui num grupo aqui da prefeitura pedindo um emprego porque não aguentava estar sem receber. Na verdade, hoje,  completam dois meses que a gente não recebe. Eles alegam que o governo (do Estado) não repassou o dinheiro para eles (empresa) efetuarem o pagamento. Eu trabalho no hospital há 13 anos. Essa empresa está aqui há seis meses em Lábrea. Eu trabalho há 13 anos e a população toda está indignada porque eu sou um profissional que deu o máximo de mim pela população da minha cidade”, informou o enfermeiro.

Roney diz que fez a postagem na última terça-feira (31/10) e ontem (1º/11) foi informado pela direção do hospital que estava desligado da unidade de saúde. “Eu não cometi nenhum erro de procedimento dentro do hospital. Sempre fiz o melhor. E o pior que não chegou nenhuma documentação de que eu tivesse pego as contas, sobre o meu pagamento de quando eu iria pagar. Simplesmente me tiraram do grupo (do hospital0 e ficou por isso. Não mandaram nenhum documento do meu desligamento. Não assinei nenhum documento. Só comunicaram que tinham recebido a ordem do meu desligamento”, declarou o enfermeiro.

O enfermeiro Roney explicou que atuou 13 anos no Hospital Regional de Lábrea. “Dos 13 anos, 12 anos e 4 meses (contratado) pela prefeitura recebendo direitinho. Essa empresa está há seis meses e agora dois meses de salários atrasados. Já ganhei dois títulos de melhor enfermeiro de Lábrea, sempre por mérito de atender a população como merece, com excelência, “, frisou.

O 18 Horas pediu e aguarda o posicionamento da Secretaria de Estado de Saúde (SES), que será incluído neste texto, se houver resposta.

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