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Amazonas

Seca: indígenas da Amazônia dizem que água está contaminada e pedem ajuda ao governo, informa UOL

problema mais grave das comunidades indígenas que não têm água encanada é o saneamento, agora que a água do rio não pode ser bebida, disse Mariazinha Baré, coordenadora da Apiam.

Indígenas da Amazônia estão pedindo ao governo brasileiro que declare uma emergência climática, uma vez que suas aldeias não têm água potável, alimentos ou remédios devido a uma grave seca que está afetando rios vitais para o transporte na floresta, disseram líderes locais nesta terça-feira (10/10). As informações são do UOL.

A seca e a onda de calor mataram grandes quantidades de peixes nos rios onde vivem os povos indígenas, e a água nos riachos e afluentes do rio Amazonas se tornou imprópria para o consumo, afirmou a Articulação das Organizações e Povos Indígenas do Amazonas (Apiam), que representa 63 povos da Amazônia.

“Pedimos aos governos da Amazônia, do Brasil e do mundo que declarem emergência climática e façam algo urgentemente para enfrentar a enorme vulnerabilidade climática e social a que estão expondo os povos indígenas e populações tradicionais”, afirmou a Apiam em um comunicado divulgado em entrevista coletiva.

Os rios Rio Negro, Solimões, Madeira, Juruá e Purus estão secando em ritmo recorde, e os incêndios florestais estão destruindo a floresta tropical em novas áreas no baixo Amazonas, disse a Apiam na nota.

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, disse à Reuters no mês passado que o governo estava preparando uma força-tarefa para fornecer assistência emergencial à região amazônica atingida pela seca. O governo enviou dezenas de milhares de cestas básicas para comunidades isoladas pela falta de transporte fluvial.

A região está sob pressão do fenômeno climático El Niño, com volume de chuvas no norte da Amazônia abaixo da média histórica.

O problema mais grave das comunidades indígenas que não têm água encanada é o saneamento, agora que a água do rio não pode ser bebida, disse Mariazinha Baré, coordenadora da Apiam.

“O corregos e rios menores secaram. O que tem é lama”, disse Baré em entrevista. “O povo tem que fazer longas caminhadas para encontrar água. Com a má qualidade da água a gente está ficando doente,” disse.

Rios intransitáveis dificultam o acesso da assistência médica às aldeias amazônicas, disse Baré, e a chuva não é esperada até o final de novembro ou início de dezembro, quando os rios e sua população de peixes normalmente se renovam.

O rio Madeira não é mais navegável em seu curso superior, isolando aldeias indígenas e comunidades não indígenas que dependem da coleta de frutas na floresta, mas não conseguem escoar seus produtos.

Ivaneide Bandeira, que dirige a organização indígena Kanindé, no Estado de Rondônia, disse que comunidades não indígenas isoladas estavam pedindo alimentos às aldeias indígenas.

Ela disse que a fumaça dos incêndios florestais está pior do que nunca, agravando a crise climática e afetando a saúde de idosos e crianças.

“Não é somente o El Niño. Tem desmatamento que está lá, as queimadas que estão lá. Essas pessoas não param para pensar. O agronegócio não para, ele está indo, está destruindo tudo. Eles parecem que nao veem o que está acontecendo com a natureza”, disse.

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