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Amazonas

Ranking da Antra: Amazonas fica entre os que mais matam travestis e e transexuais

Os levantamentos anuais da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) atestam que o país registrou, em média, 118,2 assassinatos de travestis e transsexuais por ano desde 2008. Significa uma vítima a cada 3 dias.

O Amazonas aparece em quinto lugar no ranking de assassinatos de travestis e transexuais, em 2019, por taxa de 100 mil habitantes, em levantamento divulgado nesta 4ª feira pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra). Em números absolutos, o Estado é o nono, com cinco casos de assassinatos, junto com Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso e Paraíba. Aqui a íntegra do estudo.

O Brasil registrou 124 assassinatos de travestis e transexuais em 2019. O número é abaixo do contabilizado em 2018, quando houve 163 crimes dessa natureza. Apesar da queda de 2018 a 2019, o atual registro de mortes de travestis e transsexuais representa aumento de 114% em relação a 2008, ano em que a Antra computou a menor quantidade de casos (58).

Os levantamentos anuais da associação atestam que o país registrou, em média, 118,2 assassinatos de travestis e transsexuais por ano desde 2008. Significa uma vítima a cada 3 dias.

Com essa média, o Brasil segue sendo o país que mais mata travestis e transsexuais no mundo, conforme dados internacionais da ONG Transgender Europe. O Brasil lidera o ranking desde 2008.
O dossiê divulgado pela Antra traz críticas à atual administração federal. Em trecho do documento, destaca que “nenhuma ação foi tomada pelo governo brasileiro em relação à LGBTIfobia”.

Por outro lado, os autores do levantamento destacam como positiva uma decisão do STF (Supremo Tribunal Federal). Em 13 de junho de 2019, a Corte decidiu criminalizar a homofobia e a transfobia. O plenário, à época, concordou que o crime seja tipificado da mesma maneira que o racismo. Foram necessárias 6 sessões para concluir o julgamento.

O número de assassinatos em São Paulo saltou 66,7% em 1 ano, chegando a 21 casos em 2019. Atrás dos paulistas no ranking de número absoluto de assassinatos por unidade da Federação aparecem Ceará (11 casos) e Bahia e Pernambuco (8 casos cada).

No ranking por região, a maior concentração dos assassinatos foi verificada no Nordeste, que teve 45 assassinatos (37% dos casos) ao longo do ano passado: Nordeste – 45 assassinatos; Sudeste – 37 assassinatos; Sul – 14 assassinatos; Norte – 14 assassinatos; Centro-Oeste – 12 assassinatos.

Arma de fogo

Dos 124 assassinatos notificados em 2019, em 13 não há informações sobre o tipo de ferramenta/meio utilizado para cometer o assassinato. Dos demais casos observados, 43% foram cometidos por armas de fogo; 28% por arma branca; e 15% por espancamento, asfixia e/ou estrangulamento.

As mais jovens trans assassinadas no ano passado tinham apenas 15 anos. Foram 3 vítimas nessa idade. Duas delas foram apedrejadas até a morte.

Do total de vítimas, 90% trabalhavam com prostituição. Outras 6% tinham emprego formal e 4%, informal. 80% das vítimas eram pretas ou pardas; 17% eram brancas e 1% não se tem informação.
Apenas 8% dos casos ocorridos no ano passado tiveram os suspeitos identificados. Pessoas trans do gênero feminino representam 98% das vítimas.

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