R$ 60 milhões nos ares: jatinhos atribuídos ao presidente do União Brasil entram na mira da PF

Documentos da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) mostram que os jatinhos atribuídos ao presidente do União Brasil, Antônio Rueda, estão avaliados em pelo menos R$ 60,4 milhões. A informação foi revelada pelo site Metrópoles, que apurou a ligação do político com aeronaves investigadas pela Polícia Federal na esteira das operações Carbono Oculto e Tank, que miram a infiltração do PCC nos setores de combustíveis e financeiro.

Segundo os registros da Anac, quatro aviões seriam ligados a Rueda. Entre eles, um Cessna 560 XL (PR-LPG), avaliado em R$ 12,5 milhões, e um Gulfstream (PS-MRL), vendido em junho deste ano por US$ 4 milhões (cerca de R$ 21,2 milhões).

As transferências dessas aeronaves aparecem em nome do contador Bruno Ferreira Vicente de Queiroz, de 37 anos, natural de Fortaleza e residente em São Paulo. Ele preside a Magic Aviation, atual proprietária do Cessna PR-LPG, e a Bariloche Participações S.A., sediada no Itaim Bibi (SP), com capital social de R$ 110 milhões. A Bariloche tem entre seus sócios empresários do ramo de mineração já investigados pela Polícia Federal em outro inquérito, a Operação Sisamnes, que apura venda de sentenças no STJ.

As aeronaves também têm em comum a operação pela Transportes Aéreos Piracicaba (TAP), empresa de táxi aéreo usada diversas vezes por Roberto Augusto Leme, o “Beto Louco”, preso por tráfico e apontado como ligado ao PCC.

O Metrópoles procurou Bruno Queiroz, mas não obteve resposta. Rueda, por sua vez, negou categoricamente ser o dono das aeronaves ou ter relação com os fatos investigados. O presidente do União Brasil afirmou que seu nome “foi suscitado em um contexto absolutamente infundado” e disse que tomará medidas legais para proteger sua reputação.