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Amazonas

Protesto lembra que hoje faz um ano que Wilson Lima virou réu no caso dos respiradores

Os manifestantes usaram um cilindro de oxigênio e distribuíram cálices de vinho aos motoristas para lembrar as mais de 14 mil mortes na pandemia no Amazonas.

Protesto em Manaus lembra que hoje, dia 20 de setembro, faz um ano que o governador Wilson Lima virou réu no Superior Tribunal de Justiça (STJ) por chefiar uma organização criminosa que desviou recursos da saúde por peculato, fraude em licitação e superfaturamento na compra de respiradores numa loja de vinhos.

Os manifestantes usaram um cilindro de oxigênio e distribuíram cálices de vinho aos motoristas para lembrar as mais de 14 mil mortes na pandemia no Amazonas.

Com a placa “Hoje faz um ano que o atual governador virou por crimes na Pandemia”, os ativistas distribuíram cálices de vinho em protesto contra a compra superfaturada dos ventiladores pulmonares, de acordo com a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), e utilizaram um cilindro de oxigênio hospitalar, relembrando a tragédia ocorrida em Manaus e no interior do Amazonas, onde pacientes morreram nas unidades públicas de saúde por falta de oxigênio.

As manifestações ocorreram em pontos na avenida das Torres, zona centro-sul de Manaus, Hilário Gurjão, na zona Leste, e na frente do Hospital 28 de Agosto.

A aposentada Rosário da Costa, 70, relembrou as mortes de familiares que chegaram a dividir um cilindro de oxigênio com outros pacientes dentro de um hospital. “Quem teve essa ideia foi maravilhosa. Porque o povo tem memória curta. Esqueceram o que esse fará fez? Eu tive parentes que morreram por falta de oxigênio porque dividiam com cinco (pessoas) uma doida dessa. Quem passou pela dor da perda, nunca vai esquecer. Espero em Deus que as pessoas tenham consciência e não votem em pessoas cruéis, que não são humanas”, disse a aposentada.

No dia 20 de setembro do ano passado, a Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) recebeu a denúncia contra o governador do Amazonas, Wilson Lima, acusado pelo Ministério Público Federal (MPF) de crimes praticados na compra superfaturada de ventiladores pulmonares (respiradores) destinados ao tratamento de vítimas da Covid-19 no estado. A decisão foi unânime.

O Ministério Público Federal (MPF) imputa ao governador os delitos de dispensa irregular de licitação, fraude a procedimento licitatório, peculato, liderança em organização criminosa e embaraço às investigações.

Segundo o MPF, os crimes ocorreram na compra de 28 respiradores, cujo superfaturamento teria causado prejuízo de mais de R$ 2 milhões aos cofres públicos. O preço de mercado de um respirador era cerca de R$ 17 mil, mas os itens foram comprados pelo governo por mais de R$ 100 mil cada.

Em relação ao governador Wilson Lima, o MPF registra que o chefe do Executivo teria atuado diretamente para que um empresário cuidasse dos procedimentos para a compra dos respiradores – intermediação que, posteriormente, teria gerado as compras fraudulentas. Além disso, o MPF apontou que foram encontrados no gabinete do governador documentos que descreviam as empresas interessadas na venda dos equipamentos e os preços oferecidos, o que demonstraria que o mandatário acompanhava o processo de aquisição.

No caso do governador Wilson Lima, o ministro apontou que as acusações não configuram meras conjecturas, mas sim indícios efetivos de que o chefe do Executivo estadual acompanhou o processo de compra emergencial e interferiu, atuando com liderança sobre a organização criminosa que se formou para vender ao governo os equipamentos com sobrepreço.

STJ publica íntegra da decisão que manteve Wilson Lima réu no caso dos respiradores; veja o documento

 

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