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Amazonas

Presidente da CPI da Amazonas Energia denuncia que empresa trocou o medidor de sua casa sem permissão ou aviso prévio

Para o parlamentar essa ação configura uma tentativa de intimidar as atividades da Comissão.

O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Amazonas Energia, deputado estadual Sinésio Campos (PT), denunciou na tarde desta quinta-feira (04/11), durante a reunião da Comissão instaurada na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), que funcionários da empresa investigada pela CPI foram, pela parte da manhã, até a sua casa e substituíram o medidor de energia sem permissão ou aviso prévio. Para o parlamentar essa ação configura uma tentativa de intimidar as atividades da Comissão.

Durante a reunião, o deputado apresentou um vídeo de uma câmera de segurança que mostra a equipe da concessionária trocando o medidor. “A equipe da empresa foi direto ao contador, sem avisar quem estava em casa e retiraram os lacres, que deveriam ser objetos de perícia e jogaram na rua. Mas nada disso me amedronta, os trabalhos vão continuar. É preciso parar esse absurdo que a população vem sofrendo”, declarou o deputado.

A denúncia de Sinésio Campos vai ao encontro de outras feitas durante a reunião da comissão, como a do cidadão Wenceslau de Araujo Botelho, que teve sua casa invadida por uma equipe da concessionária de energia e divulgou o fato em um vídeo que publicou nas redes sociais. “Após a mídia repercutir o vídeo, fui multado em R$ 4.954. Procurei ajuda do Instituto de Defesa do Consumidor (Procon-AM), que exigiu comprovação de motivo da multa e a empresa nunca apresentou nenhuma justificativa”, disse o cidadão convidado a depor na CPI para falar sobre as arbitrariedades que sofreu.

Ainda na reunião, o vereador de Iranduba, Luís Carlos Velho (Republicanos), falou em seu depoimento sobre a Ação Popular Pública impetrada por ele, que é presidente da Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara do município, contra a Amazonas Energia, por não repassar à prefeitura os valores corretos de tributos arrecadados da população para manutenção da iluminação pública e por cobrar a taxa desse serviço, mesmo em lugares sem postes de luz. “Ficou claro que a prefeitura de Iranduba não fiscalizava o que era repassado pela empresa. A partir da primeira sentença favorável ao município, a empresa começou a repassar os valores corretos. A ação rendeu mais de R$ 14 milhões nessa primeira decisão”, afirmou.

Para os parlamentares esses relatos de abusos e irregularidades só reforçam a necessidade de investigação sobre a atuação da concessionária de energia elétrica. A próxima reunião da CPI será realizada na terça-feira (9), às 14h, no miniplenário Cônego Azevedo da Aleam. Foram convidados para depor na ocasião os deputados estaduais de Rondônia Alex Redano (PRB) e Jair Montes (Avante), que foram, respectivamente, presidente e relator da CPI da Energisa, que, em 2019, investigou irregularidades da concessionária de energia que atua em Rondônia e pertence ao mesmo grupo empresarial da Amazonas Energia.

Outro lado
Em nota,  a Amazonas Energia informou que a inspeção foi realizada em conformidade com a regulamentação vigente, em uma unidade consumidora que se encontra em nome de terceiros.
Durante a leitura do dia 20/08/2021, às 08h59min, foi
identificado que o Display (Mostrador) do medidor impossibilitava a leitura do consumo registrado.


A empresa diz que  foi aberta Ordem de
Serviço para que houvesse verificação do fato em campo. “Assim, no ato da verificação, diante da confirmação da falha no display do medidor, a empresa realizou a substituição do equipamento, devidamente acompanhada de uma pessoa da própria residência. Porém, esta se recusou tanto a assinar como a receber o Termo de Ocorrência de Inspeção-TOI. Em decorrência disso, o documento foi colocado na caixa de correspondência da residência. Ressalta-se que é dever desta empresa realizar a inspeção dos medidores para que estes obedeçam aos padrões corretos de medição e leitura, nos termos da Resolução 414 da ANEEL”.

A Amazonas Energia finaliza dizendo que o procedimento está devidamente respaldado nas normas estabelecidas pelo órgão regulador, de acordo com a Resolução 414, em seu artigo 129. Esta empresa ratifica o seu compromisso com o valor da integridade, que a norteia, de forma que busca sempre garantir a qualidade do fornecimento de energia a todos os seus clientes, de forma igualitária, segura e atendendo às disposições regulatórias vigentes”.

 

Veja a nota.

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