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Amazonas

Prefeito de Manaus pede cautela com a reabertura do comércio em meio à Pandemia

Em visita a Manaus, nesta terça-feira, 26, o ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou que teme uma nova onda de Covid-19 na capital, o que gerou ainda mais receio do prefeito.

O prefeito de Manaus, Arthur Neto (PSDB), pediu cautela quanto à reabertura do comércio na capital do Amazonas, durante o período de pandemia do novo coronavírus depois de o governador Wilson Lima (PSC) anunciar a medida a partir do dia 1° de junho na capital. “Não vamos criar nas pessoas uma falsa ilusão de que todo mundo que for para a rua estará empregado”, disse o prefeito, em vídeo publicado nas redes sociais.

Mais cedo, Wilson Lima confirmou a informação que já havia dado na segunda-feira, 25, de que começaria a fazer a reabertura gradual do comércio no Estado. “Com relação à abertura gradual do comércio que nós vamos implementar a partir do dia 1° de junho, isso vai valer só para capital. Com relação ao interior, os prefeitos vão definir quando isso é mais oportuno fazer, de acordo com a realidade de cada região, de cada cidade, levando em consideração a dinâmica social e os casos de contaminação”, disse o governador.

Em visita a Manaus, nesta terça-feira, 26, o ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou que teme uma nova onda de Covid-19 na capital, o que gerou ainda mais receio do prefeito. “Estou olhando para essa questão na capital com muito cuidado, pois cautela nunca é demais. Adoraria que eu estivesse errado e que pudéssemos reabrir tudo, mas penso no futuro do povo”, disse o prefeito.

Arthur adiantou que as aulas presenciais na rede municipal só devem retornar em agosto deste ano, se tudo ocorrer bem. As medidas de prevenção, como distanciamento e isolamento social entre servidores municipais, também serão mantidos, segundo o prefeito.

“Certas secretarias minhas não vão funcionar, algumas serão extintas e outras vão continuar em regime de home office. Enquanto eu sentir que o perigo existe, procurarei proteger as pessoas, por mais que essas não sejam as atitudes mais simpáticas”, afirmou.

Números

O prefeito justificou a cautela com base nos números de sepultamentos na capital, que também funcionam como termômetro para a reabertura.

“Manaus ficou, por muito tempo, acima de cem enterros diários. Há 15 dias, estamos em redução, aproximando-se do que era antes da doença, algo entre 20 e 35, mas vamos continuar monitorando essa curvatura”, frisou.

Esse monitoramento se dará, principalmente, por conta da baixa adesão ao isolamento social por parte da população manauara.

“Nós temos, ainda, muita gente na rua. As pessoas não deram muita importância para o clamor que fizemos, para o isolamento social”, disse o prefeito. Ele lembrou a pesquisa do Ibope que diz que Manaus teve ou tem entre 230 mil e 240 mil pessoas infectadas, sem apresentar sintomas.

Para Arthur, a circulação de pessoas nas ruas, em parte, se deu pelo estímulo do presidente Jair Bolsonaro que, em diversas declarações, se mostrou contra o isolamento. “Dizer que era uma gripe chinesa e mandar as pessoas para a rua boicotou todo o nosso esforço em conseguir um bom nível de isolamento social”, ressaltou.

Ainda sobre a atuação do governo federal em relação à pandemia, o prefeito voltou a falar em indiferença sobre os povos indígenas. “Manifesto, mais uma vez, minha indignação com a falta de cuidado, que está se tornando crônica, em relação à saúde indígena, pois temos um interior do Amazonas indefeso”, afirmou Arthur.

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