Conecte-se conosco

Amazonas

PF e da UFAM criam banco de dados de árvores da Amazônia para combater desmatamento ilegal

Mais de mil amostras já foram coletadas de espécies como Maçaranduba, Angelim Vermelho e Cupiúba, tipos mais utilizados na construção civil e polo moveleiro.

pf-e-da-ufam-criam-banco-de-da

Pesquisadores da UFAM fazendo coleta nas árvores. (Foto:Reprodução)

A Polícia Federal e a Universidade Federal do Amazonas estão criando um banco de dados de árvores. As informações foram divulgadas no site g1, mostrando técnicos do projeto percorrendo a mata em busca de espécies mais comercializadas no mercado madeireiro. Em cada área visitada, ao menos dez árvores passam pelo mesmo processo.

“A gente está tentando montar, criar um banco de dados com a assinatura isotópica dessas árvores, em todos os estados da Amazônia. E no final, por exemplo, a gente está tentando combater o desmatamento ilegal”, conta Laís Vieira, doutoranda da UFAM.

A assinatura isotópica é uma espécie de CEP, o endereço nativo da árvore, que é obtido a partir de pequenos pedaços de madeira. O material passa por um processo de secagem, depois é moído e queimado a mais de mil graus. Os gases emitidos pela queima da madeira revelam informações sobre a origem da árvore.

“Isótopos estáveis da madeira permitirão a definição da tipologia, ou seja, a espécie de madeira que está sendo comercializada, bem como localizará geograficamente o ponto de extração, o ponto exato em que essa madeira foi extraída”, explica Umberto Ramos, superintendente da PF-AM.

Mais de mil amostras já foram coletadas de espécies como Maçaranduba, Angelim Vermelho e Cupiúba, tipos mais utilizados na construção civil e polo moveleiro.

O assunto foi tema de reportagem exibida no Jornal Nacional que esteve em uma área de manejo no município de Itacoatiara, no Amazonas, onde árvores são derrubadas obedecendo um planejamento.

Para derrubar uma árvore, é necessário obter o licenciamento, mecanismo que garante a informação sobre a área de manejo. Lá ela ganha uma identidade. Da origem até o mercado brasileiro, ela vai precisar de pelo menos seis documentos que reconhecem a exploração legal. Mas, por esse caminho, nem sempre é o que acontece.

“O grande problema que nós tínhamos é que, com documentos de origem florestal em mãos, um madeireiro que queira trabalhar de forma ilegal, ele pode retirar de qualquer área – uma área de proteção, uma área indígena -, colocar sobre o caminhão e, juntamente com esse documento, ele teve a madeira de certa forma legalizada. Então, esse trabalho que a gente está desenvolvendo é exatamente para confirmar se essa madeira realmente veio daquela origem declarada”, diz o perito criminal Haroldo Oliveira.

Clique para comentar

Faça um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

1 × 2 =