Amazonas
Para deputados, inquérito da PF reforça falta de ação do governo do AM na crise de oxigênio
Dermilson Chagas e Wilker Barreto comentaram sobre o inquérito que investiga o ex-ministro sa da Saúde Eduardo Pazuello, e sobre a comunicação do governo na crise do oxigênio
Parlamentares de oposição ao Governo Wilson Lima, os deputados Wilker Barreto e Dermilson Chagas (ambos do Podemos), destacaram que a matéria publicada pelo jornal Folha de São Paulo, nesta terça-feira (08/06), sobre o inquérito sigiloso da Polícia Federal (PF) que investiga supostos crimes do ex-ministro da Saúde general Eduardo Pazuello, comprometem ainda mais a participação do Executivo estadual na crise de oxigênio hospitalar durante a segunda onda pandemia da Covid-19, no estado.
De acordo com a notícia do jornal, o inquérito reuniu evidências de que o ex-ministro da Saúde e o comando do Exército na Amazônia foram formalmente avisados sobre a “iminência de esgotamento” de oxigênio em Manaus em janeiro, cinco dias antes do colapso (14/01), com pedidos de socorro não atendidos a contento. E cita a existência de ofícios enviados a Pazuello e ao comandante militar da Amazônia, general Theophilo Oliveira, assinados pelo governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC).
Para o deputado estadual Wilker Barreto, a informação publicada pelo jornal só reforça o pedido de CPI da Pandemia, que está parado na Assembleia Legislativa do Estado (ALE-AM), e que poderia esclarecer, por exemplo, que a provável escassez de oxigênio já era prevista ainda no de 2020.
“Nós temos informações e que precisam ser apuradas de que eles tinham conhecimento ainda em novembro ou seja quase que 60 dias antes do episódio, tempo suficiente para providenciar usinas para (os hospitais) 28 de Agosto, João Lúcio, Platão Araújo, principais polos do interior. Isso reforça a necessidade de nós termos a CPI da Pandemia para que possamos convocar aqui a empresa, o governo, secretário da época, para que os mesmos informem que cinco dias antes não livrariam o Amazonas do colapso”, comentou Wilker, ressaltando que a comunicação sobre a crise de oxigênio “só aumenta a culpabilidade do governo do Amazonas”.
Já Dermilson Chagas reiterou que ainda que o ofício do Governo do Estado tenha sido enviado no dia 7 de janeiro, alertando para o estoque crítico de oxigênio hospitalar, atestava que o Amazonas já enfrentava a crise na rede pública de saúde. “O que nós temos de entender que o ofício é uma mera formalidade, uma comunicação. Vamos entender de uma forma prática, fria, sem bandeira política. A partir do momento, que a secretaria, governador, informam que precisam de transporte, é o momento que já se acabou o oxigênio. O antes, por que não evitou a falta de oxigênio? Onde ficou o planejamento? Em que momento falharam? E quem é o responsável por isso? É o que temos que apurar. Se formos nos basear simplesmente na data de um ofício, esse documento só informa da falta do oxigênio e que precisa de transporte”, questionou o parlamentar.
As informações no inquérito contrapõem declarações de Wilson Lima, dadas à imprensa, no início do ano, de que só tomou conhecimento do problema na madrugada do dia 14 de janeiro, no auge da crise, quando pessoas já morriam asfixiadas, por falta de oxigênio em Manaus.
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