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Amazonas

Operação policial envolve cúpula da Segurança Pública do Amazonas em roubo de 60 kg de ouro

O secretário adjunto de Inteligência, Samir Freire, é o quarto secretário do governador Wilson Lima preso em operações de combate à corrupção.

O Ministério Público do Amazonas (MP-AM) informou que, na manhã desta sexta-feira (09/07) o Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco) deflagrou a Operação Garimpo Urbano com o objetivo coibir a ação de agentes públicos ligados a órgão de cúpula da Segurança Pública do Estado, que estariam “envolvidos na subtração de ouro, mediante graves ameaças dirigidas aos transportadores do referido metal”.

A Operação Garimpo Urbano teve o apoio operacional da Polícia Federal (PF) e investiga o monitoramento e abordagem das vítimas mediante uso de estrutura, pessoal e de expertise da Secretaria Executiva Adjunta de Inteligência (Seai), da Secretaria de Segurança Pública do Amazonas.

O secretário de Inteligência do Amazonas, Samir Freire, homem de confiança do governador Wilson Lima, foi preso. Entre os presos estão, ainda, o investigador da Polícia Civil Jarday Bello e um servidor da secretaria que não teve o nome divulgado. Outros dois alvos da operação, Adriano frizzo e Andre Silva Costa estão foragidos.

Segundo o MP-AM, 60 quilos de ouro foram roubados por meio de extorsão de garimpeiros, que equivale ao prejuízo de R$ 18 milhões.

Segundo nota do MP-AM e da PF, durante a ação foram cumpridos mandados de prisão temporária e de busca e apreensão tanto nesta capital como no interior do Amazonas e, ainda, no interior do Estado do Pará. Ao todo foram cumpridos quatro mandados de prisão temporária e dez mandados de busca e apreensão por equipes operacionais da PF e do Gaeco.

Segundo a PF, a Operação Garimpo Urbano, no marco legal previsto no Artigo 3º, VIII, da Lei 12.850/2013, que trata das organizações criminosas e prevê a cooperação entre instituições e órgãos federais e estaduais na busca de provas e informações de interesse da investigação criminal. E os dados obtidos com as diligências realizadas nesta sexta-feira serão oportunamente compartilhados entre os órgãos envolvidos na operação, para atuação em suas esferas de atribuições.

Em nota, o Governo do Amazonas informou que os agentes públicos estaduais alvos da operação deflagrada pelo Gaeco, na manhã desta sexta-feira, 9, serão afastados dos cargos que ocupam e exonerados das funções. “O governo do Estado ressalta que condutas ilícitas de qualquer servidor público estadual não são toleradas e que vai colaborar com as investigações, prestando todas as informações necessárias aos órgãos de fiscalização e à Justiça”, afirmou em nota.

“Em algumas ocorrências nós tivemos a participação clara e efetiva da estrutura e de agentes da Seai (Secretaria Executiva Adjunta de Inteligência), e o titular de lá tinha conhecimento das ocorrências que aconteciam”, disse o promotor de Justiça Armando Gurgel, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Amazonas (GAECO-AM) ao falar em coletiva de imprensa no Ministério Público do Estado do Amazonas (MP-AM) da Operação Garimpo Urbano, que ocorreu nesta sexta-feira (9), no Amazonas e no Pará.

Gurgel afirmou que o ouro não foi encontrado e que cinco vítimas procuraram o Ministério Público do Estado do Amazonas (MP-AM) para denunciar as práticas de extorsão da organização criminosa, que até o momento não é considerada como pirâmide, porém funcionava em forma horizontal sem um líder específico. A ação teve apoio de agentes da Polícia Federal e do Grupo Fera da Polícia Civil do Amazonas (PC-AM).

“Temos duas versões: as vítimas alegam que o ouro não foi devolvido durante as oitivas, no entanto, a versão dos agentes de segurança pública do Estado revelam que esse metal foi devolvido para as vítimas”, explicou o promotor do GAECO.

Samir Freire

O delegado da Polícia Civil Samir Freire, titular da Secretaria Executiva Adjunta de Inteligência (Seai) da Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSPAM) ingressou na Polícia Civil por meio de concurso público, em 2009, é pós-graduado em Direito Público, Direito Penal e Segurança Pública. Antes, ele havia chefiado a Secretaria Executiva Adjunta de Operações (Seaop).

Começou a trabalhar no município de Rio Preto da Eva. Em Manaus, assumiu o Departamento de Repressão ao Crime Organizado (DRCO) e foi delegado coordenador do Grupo Força Especial de Resgate e Assalto (Fera). Em seguida voltou ao DRCO e, após isso, atuou como adjunto da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), além de atuar como plantonista no 9º Distrito Integrado de Polícia (DIP) e 10º DIP.

Ainda foi adjunto da Delegacia Especializada em Prevenção e Repressão a Entorpecentes (Depre), diretor do Departamento de Investigação sobre Narcóticos (Denarc) e titular da Delegacia Especializada em Crimes contra o Meio Ambiente (Dema).

Em 2018, Samir Freire foi titular da Delegacia Especializada em Capturas e Polinter (DECP) e adjunto da Delegacia Especializada em Roubos, Furtos e Defraudações (DERFD), onde permaneceu até o final dezembro de 2018.

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