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Amazonas

Operação Arquimedes: região Sul do AM ganha unidade da Polícia Federal para crimes ambientais

A portaria que oficializa a criação da unidade foi assinada na última sexta-feira (12) pelo superintendente da Polícia Federal no Amazonas, o delegado federal Alexandre Saraiva

O grande volume de investigações sobre crimes ambientais praticados na região Sul do Amazonas e a complexidade dos esquemas criminosos revelados por grandes operações nessa área, como a operação Arquimedes, levaram a Superintendência da Polícia Federal (PF) no Amazonas a determinar a instalação de um Grupo de Investigações Ambientais Sensíveis (Giase) no Sul do estado. A unidade, especializada no enfrentamento a crimes ambientais praticados por organizações criminosas, será implantada, inicialmente, no distrito de Santo Antônio do Matupi, em Manicoré (a 332 quilômetros de Manaus). As informações são do Ministério Público Federal (MPF) no Amazonas.

A portaria que oficializa a criação da unidade – agora responsável pelas investigações na região Sul do Amazonas: área mais pressionada pelo arco do desmatamento – foi assinada na última sexta-feira (12) pelo superintendente da PF no Amazonas, delegado federal Alexandre Saraiva. De acordo com o documento, o Giase deverá entrar em funcionamento em até 15 dias após a publicação da portaria, contando com infraestrutura física e uma equipe mínima de um delegado, um escrivão, um perito e quatro agentes de Polícia Federal.

Pelo documento, a unidade especializada da PF será responsável por atuar em investigações relacionadas a crimes ambientais praticados por organizações criminosas, em investigações de caráter interestadual ou transnacional que requeiram atividade investigativa coordenada entre o Giase e outras unidades da Polícia Federal ou órgãos policiais internacionais, prevalecendo o enfoque de repressão estratégica, de coordenação nacional ou internacional, realização de diligências de campo e recrutamento de fontes para composição de prova, além de flagrantes e perícias in loco.

A atuação da PF na região por meio do Giase poderá ocorrer também em conjunto com outros órgãos ambientais de fiscalização e combate a crimes ambientais, como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam).

Para o procurador da República Leonardo de Faria Galiano, responsável pela condução da operação Arquimedes no Ministério Público Federal (MPF) no Amazonas, a criação da unidade especializada da PF no Sul do Amazonas representa um grande avanço na repressão e na prevenção de crimes ambientais ocorridos naquela região, com impacto positivo também na melhoria dos elementos utilizados pelo MPF para responsabilizar praticantes de crimes ambientais e garantir a preservação e o uso sustentável de recursos da Floresta Amazônica.

“O desmatamento na Amazônia é uma realidade sabida por todos, no Brasil e no mundo. E estamos tentando trabalhar com afinco nesse problema com o auxílio da PGR, Secretaria de Cooperação Internacional do MPF e 4ª Câmara de Coordenação e Revisão. Mas precisamos atuar nas duas frentes, no destinatário do produto desmatado e na origem do desmatamento. Como a madeira ilegal do Brasil é exportada para mercados consumidores dos EUA, Europa e Ásia, a cooperação internacional da Operação Arquimedes é essencial nesse processo de regularização da exploração florestal do Brasil. Só que não podemos deixar que o arco do desmatamento, oriundo de estados vizinhos, adentre continuamente e sem reação estatal ao Estado do Amazonas. Por isso a criação do Giase pela Superintendência da Polícia Federal no Amazonas demanda também do MPF. É uma providência concreta e bastante promissora para o combate não apenas ao crime organizado ambiental que atua naquela porção do território nacional, mas também a todos os demais crimes que prejudicam a estabilidade social e econômica, além da segurança pública, tão necessárias naquela região do Brasil”, destacou o procurador da República Leonardo Galiano.

Na avaliação do superintendente da PF no Amazonas, Alexandre Saraiva, o avanço e a efetividade dos desdobramentos da operação Arquimedes foram determinantes para chegar à decisão de criar o Giase no Sul do Amazonas.

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