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Amazonas

Onda de violência afasta consumidor e provoca queda nas vendas no comércio de Manaus

A suspensão da circulação do transporte coletivo convencional contribuiu para afastar consumidores e comerciários nas lojas do Centro da cidade.

Ruas do centro comercial ficaram vazias, nesta segunda-feira,7.(Foto: Nelson Antoine/Estadão Conteúdo)

O comércio da capital do Amazonas sofreu impacto com a onda de violência registrada no último final de semana. Com a suspensão da circulação do transporte coletivo na segunda-feira, 7/6, a Câmara dos Dirigentes Lojistas de Manaus (CDL), afirma que 50% das 36.000 lojas em operação em Manaus não abriram as portas porque os trabalhadores não puderam ir para local de trabalho.

A informação é do presidente da CDL Manaus, Ralph Assayag. Os coletivos foram os principais alvos de ataques criminosos no fim de semana e, de acordo com o dirigente, apenas os estabelecimentos que conseguiram realizar a locomoção de funcionários ao trabalho, conseguiram operar nas primeiras horas de hoje.

“50% das lojas não conseguiram levar seus funcionários para dentro da loja. Pela tarde, começou a voltar à normalidade, abrindo todas as lojas. O maior problema foi o cliente que ficou preocupado”, informou o presidente da CDLM.

Ralph Assayag também destacou que além da queda natural no movimento do comércio no começo da semana, os impactos econômicos não foram tão grandes em relação às vendas em geral. No entanto, não é possível estimar a perda para o segmento.

Para esta terça-feira, 8, ainda não há informações sobre a circulação dos ônibus, mas o dirigente da CDLM disse que os lojistas trabalham com o funcionamento previsto para a partir das 7h, caso não ocorram novos ataques aos coletivos entre a noite dessa segunda-feira e a madrugada desta terça.

Preocupação

Para Ralph Assayag, quem sofre com a falta de ônibus e a crise na segurança pública em Manaus é o funcionário, uma vez que ele poderia estar recebendo na venda de algum produto e, sem a venda, fica com o emprego em risco.

“[Ele, o funcionário] já fica preocupado, porque se demorar muito tempo isso [a falta de ônibus e a crise], acaba tendo demissões e isso é muito ruim. Estamos aí com a pós-pandemia, a segunda onda, temos um rio cheio atrapalhando praticamente mais de 200 lojas; temos mais essa situação dos criminosos. Isso tudo atrapalha muito a gente poder fazer a venda com tranquilidade e segurança e o próprio cliente com medo de pegar o ônibus ou ter que retornar para sua residência. Vamos esperar hoje a noite e amanhã como é que retorna o dia, para ver se o impacto desse prejuízo seja o menor possível”, concluiu.

Ataques
A onda de ataques criminosos começou na madrugada de domingo, 6, e teria sido desencadeada pela morte de um traficante conhecido como “Dadinho”, que morreu após confronto com policiais militares da Ronda Ostensiva Cândido Mariano (Rocam) na noite desse sábado, 5, no bairro Novo Aleixo, zona Norte de Manaus.

Segundo o secretário de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM), coronel Louismar Bonates, a ordem para os ataques partiu de dentro de um presídio. Ao todo, foram registrados 17 incêndios em veículos em Manaus, sendo sete ônibus. Espaços públicos e agências bancarias também foram alvos de criminosos.

As forças de segurança pública do Estado prenderam, até esta segunda-feira, 7, cerca de 31 pessoas envolvidas nos incêndios e depredações em veículos, espaços públicos e agências bancárias. Casos de ataques também foram registrados no interior do Amazonas, onde criminosos tentaram atear fogo em delegacias nos municípios de Careiro Castanho e Parintins.

Nessa segunda-feira, 7, o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), formalizou um pedido para que a Força Nacional atue na segurança do Estado, com o objetivo de reforçar o combate aos atos de vandalismo que têm acontecido no Amazonas.

Com informações da Revista Cenarium.

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