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Amazonas

Ofício aponta risco à vida de crianças cardiopatas no Amazonas com mudança na contratação de enfermeiros

Documento externa “imensa preocupação” de coordenadora cardiologista da UTI pediátrica do Hospital Francisca Mendes com a mudança e a falta de preparo técnico e experiência dos novos contratados.

A coordenadora cardiologista da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) pediátrica do Hospital Francisca Mendes, Suely Teles, enviou ofício à diretoria clínica da unidade, apontando “impacto negativo na mudança da equipe de enfermeiros” da unidade, em função do Termo de Ajustamento de Gestão (TAG), aprovado no último dia 05/10/2023 pela Assembleia Legislativa (Aleam), a pedido do governo do Estado. A Unidade é referência em cardiologia e neurologia no Amazonas

No ofício, a coordenadora externa “imensa preocupação” com a mudança e a falta de preparo técnico e experiência dos novos contratados. “Para iniciarmos este serviço em setembro de 2014, houve um treinamento junto ao Hospital HCOR/São Paulo da equipe multidisciplinar e durante 9 anos foram realizados especializações, treinamentos em outros serviços para capacitar a equipe atual. Nos moldes da TAG teremos uma mudança de no mínimo 70% podendo ser até de 100% da equipe de enfermeiros, impactando bruscamente no desempenho da unidade”, descreve.

A coordenadora informa a necessidade de um ajuste de funcionamento visto que o tipo de UTI nível de Atenção III é “caracterizada por pacientes com múltiplas falências agudas de órgãos vitais ou em risco de desenvolvê-las, com caráter de ameaça imediata à vida”.

Em função da mudança na equipe de enfermeiros, ela solicita redução de complexidade e número de procedimentos cirúrgicos, por um tempo hábil capaz de treinar este novo corpo técnico, “visando a redução dos eventos adversos e desfechos de óbitos nesta unidade”.

Ela informa que a unidade realiza procedimentos técnicos específicos e exclusivos tais como: diálise peritoneal à beira leito de pacientes críticos e com instabilidade hemodinâmica; manejo de cateteres arteriais para verificação de pressão invasiva; manejo de drenos de mediastino; manejo de marcapasso provisório; manejo de pacientes com necessidade de óxido nítrico; manejo de pacientes com tórax aberto, entre outros. E que “tal expertise precisa de tempo e investimento teórico”.

Atualmente, segundo a coordenadora, o hospital realiza, em média, 5 cirurgias por semana. Com a substituição dos enfermeiros, haverá a necessidade de redução para 2 por semana, “além do tipo da complexidade do procedimento baseado no RACHS-1 (categorias de risco por procedimentos cirúrgicos) para a categoria 2 , conforme citado no início da implantação do serviço e progressivamente com a capacitação da equipe retornarmos aos moldes atuais, onde já operamos até o RACHS-1 categoria 6”.

Ela solicita um posicionamento da direção do hospital para organização de fluxo e estratégias de capacitação com intuito de reduzir danos aos pacientes, baseado na Resolução – RDC 36, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que instituiu ações para a promoção da segurança do paciente e a melhoria da qualidade nos serviços de saúde, para resguardar a integridade física das crianças atendidas no Francisc Mendes.

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