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Amazonas

No Amazonas, vereador que entrou em escola sem máscara, em plena pandemia, é condenado a 2 anos de prisão

Ao ser barrado por um agente de portaria da unidade escolar, o parlamentar reagiu com palavrões.

O juiz Marco Plazzi Palis condenou a dois anos de prisão em regime inicialmente aberto o vereador de Manacapuru (AM) Gerson D’Angelo (Republicanos) que entrou sem máscara, no dia 25 de maio de 2021, em meio à pandemia de covid-19, na Escola Municipal Zoraida Alexandre. Manacapuru, com 421 casos, é o segundo município do Amazonas com maior número de mortos pela Covid, atrás apenas da capital, Manaus. Mais de 14,4 mil pessoas morreram em decorrência da doença no Amazonas.

Gerson DÁngel é primo do prefeito de Manacapuru e, no dia que entrou na escola sem máscara, mandou o segurança e o diretor da unidade “tomar no cu” quando foi cobrado a colocar a proteção. Ele foi condenado por ameaça, desacato, infração de medida sanitária preventiva e exercício arbitrário das próprias razões.

Devido à cheia do rio Solimões, que inundou o prédio da Câmara Municipal naquele ano, as sessões plenárias estavam sendo realizadas duas vezes por semana no auditório da escola municipal. Ao ser barrado por um agente de portaria da unidade escolar, o parlamentar reagiu com palavrões.

O diretor da escola, à época, Jackson Azevedo, tentou intervir ao que o vereador respondeu que o vigia era “muito folgado”. O segurança interrompeu e afirmou que o vereador havia lhe mandado “tomar no cu” e que teria dito que também mandaria a testemunha “tomar no cu” junto de todos da escola.

Em depoimento à Justiça, o diretor disse que confrontou o parlamentar perguntando se de fato isto era procedente o que o segurança relatou no que ele respondeu: “Eu disse isso sim: vá tomar no cu você e todos desta escola”.

“A testemunha disse que o vereador deveria mostrar respeito pois estaria promovendo desacato contra funcionário público, ao que o vereador respondeu dizendo que a testemunha deveria procurar o presidente da Câmara, ‘Sassá’, e que a escola estava cedida para a Câmara – a testemunha pediu novamente respeito, ao que o vereador novamente respondeu lhe mandando ‘tomar no cu'”, diz um trecho do depoimento expresso na decisão judicial.

O diretor relatou, três dias depois da agressão, em entrevista ao jornal A Cr;itica, de Manaus, publicada no dia 28 de maio de 2021, que reforçou o pedido para Gerson D’Angelo colocar o equipamento de proteção (máscara) e como resposta recebeu xingamentos.

“Liguei para a polícia, não tinha outra saída”, relatou o professor. “A Polícia Militar foi acionada e compareceu ao auditório antes de começar a sessão da Câmara Municipal pedindo esclarecimentos sobre o porquê do vereador se recusar a usar máscara e desacatar o funcionário público, mas o presidente da Casa teria pedido para que os PMs se retirassem do local”, disse o diretor à época.

Por causa da denúncia, Jackson Azevedo, que administrava a escola havia 9 anos foi afastado do cargo. O Ministério Público do Amazonas (MP-AM) acionou a Justiça e a
decisão foi assinada na última segunda-feira (16/10). Da sentença cabe recurso.

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