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Amazonas

No Amazonas, governistas conseguem, de novo, adiar comissão especial de impeachment

De acordo com o deputado estadual Wilker Barreto (Podemos), legalmente, não há nada que impeça Josué Neto de presidir o legislativo durante o processo porque presidente não votará no impeachment.

A maioria governista na Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE) conseguiu, pelo segundo dia consecutivo, impedir a eleição e a instalação da comissão especial que dará parecer sobre o pedido de impeachment do governador do Estado, Wilson Lima (PSC) e do vice-governador, Carlos Almeida Filho (PTB). Em uma sessão tumultuada, o presidente da Casa, Josué Neto, encerrou a sessão.

O pedido de impeachment é são baseado no mau uso de recursos públicos para conter o avanço do coronavírus. Os pedidos de impeachment foram protocolados pelo presidente do Sindicato dos Médicos do Amazonas, Mário Vianna, e pela também médica Patrícia Sicchar, que listaram acusações de crimes de responsabilidade e improbidade administrativa.

Em quase 600 páginas, os pedidos manifestam a insatisfação dos médicos com a falta de leitos de UTI, materiais de proteção individual para os profissionais da saúde e o uso de recursos do estado em ações que não são prioridade no momento.

A base aliada do governador pretende afastar Josué Neto para barrar a tramitação dos processos de impeachment no legislativo estadual. Alega que o deputado não pode administrar o processo, pois seria beneficiado com o cargo de governador, se Lima e o vice forem afastados. Josué diz que não fará parte da comissão especial.

De acordo com o deputado estadual Wilker Barreto (Podemos), legalmente, não há nada que impeça Josué Neto de presidir o legislativo durante o processo porque presidente não votará no impeachment.

Um grupo de 13 deputados estaduais – liderados pelas deputadas Alessandra Campelo (MDB) e a líder do governo Joana Darc (PL) – apresentou requerimento em que pedem o afastamento do presidente das discussões do processo.

Josué disse que não poderia engavetar o pedido, porque recairiam suspeitas sobre a sua conduta.

Uma comissão especial precisa ser formada para analisar os pedidos de impeachment. Se os textos forem aprovados, ambos precisam ser votados em plenário, com pelo menos 16 votos favoráveis dos 21 deputados estaduais da Assembleia.

Depois da sessão, Josué Neto divulgou nota oficial informando que, pelo segundo dia consecutivo, foi necessário suspender a sessão ordinária. A nota diz que “as manifestações antiregimentais” não deram outra alternativa, a não ser suspender a sessão. E, ainda, que ele determinou ao setor de informática que busque uma solução para que as sessões sejam realizadas dentro da legalidade e atenção ao regimento interno com segurança e organização.

Deputados governistas impedem formação da comissão especial de impeachment de Wilson Lima e do vice-governador