Nível do rio Negro em Manaus fica a 1,66 metro da maior vazante já registrada, aponta medição do Porto

O nível do rio Negro, em Manaus, alcançou 15,29 metros nesta segunda-feira (02/10) e está a 1,66 metro de alcançar a maior vazante já registrada, de 13,63 metros, do dia 24/10/2010, de acordo com medição feita pelo Porto de Manaus.

De acordo com o Boletim 39, de 29 de setembro, do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), o rio Negro, em Manaus, continuou descendo de forma acentuada ao longo da última semana e “com discreta redução na recessão no registro mais recente”. Em São Gabriel da Cachoeira e Tapuruquara (Santa Izabel do Rio Negro) o rio apresentou descidas regulares, com recessão média diária de 5 cm.

De acordo com o CPRM, em Barcelos, o rio Negro apresentou diminuição na intensidade de descida. O rio Branco, um dos maiores afluentes do Negro, em Boa Vista, apresentou pequenas subidas no início da semana e voltou a descer nos registros mais recentes. Nesta estação os níveis estão abaixo da faixa da normalidade para o período. O rio Branco em Caracaraí apresentou pequenas elevações nos últimos dias e as cotas registradas estão dentro da faixa da normalidade.

De acordo com o Boletim, rio Solimões, em Tabatinga, iniciou a semana com descidas, depois apresentou recuperação de 34 centímetros (cm), mas voltou a descer nos registros mais recentes. O Solimões desceu uma média diária de 3 cm em Fonte Boa e 12,5 cm em Itapéua na ultima semana. Em Manacapuru, o rio apresentou recessão acentuada, mas nos ultimos registros teve certa diminuição na intensidade de descida. Os níveis registrados nesta calha apresentam valores abaixo da faixa da normalidade para a época.
Na bacia do rio Purus, o rio Acre em Rio Branco apresentou pequenas descidas ao longo da semana passada, mas os níveis registrados são considerados baixos para o período e estão abaixo da faixa da normalidade. Em Beruri, o rio Purus apresentou descidas médias diárias de 26 cm na última semana.
O rio Madeira em Humaitá desceu 27 cm na última semana e registra níveis abaixo da faixa da normalidade para a época.
O rio Amazonas segue em processo de vazante, apresentou descidas acentuadas ao longo da semana e com discreta diminuição na intensidade de recessão nos registros mais recentes, contudo as estações monitoradas desta calha apresentam níveis abaixo da faixa da normalidade para o período.
O CPRM verificou que, de 29 de agosto a 27 de setembro, final da estação seca em grande parte da região, ainda são observados os menores volumes de chuvas sobre diversas bacias da área de monitoramento. Os volumes mais elevados estão nas bacias localizadas no norte e noroeste da região e os menores no extremo sul da área monitorada.

Os volumes mais baixos, com mediana inferior a 65 mm, sobre a bacia do Guaporé (38 mm), Mamoré (48 mm), Aripuanã (55 mm), Ji-Paraná (60 mm) e bacias do Beni e do Ucayali (63 mm). Acumulados de precipitação média entre 79 e 130 mm ocorrem sobre o Madeira (79 mm), Purus (86 mm), Coari (100 mm), Marañon (102 mm), Juruá (104 mm), Tefé (114 mm), Branco (121 mm), Jutaí (126 mm) e Javari (130 mm). Curso principal do Solimões (135 mm), bacia do rios Negro (160 mm), Napo (172 mm), Içá (175 mm) e bacia do Japurá (180 mm), representam os maiores valores acumulados em 30 dias, de acordo com a climatologia do período entre os ano de 2000 e 2022.

O período de 29 de agosto a 27 de setembro de 2023, chuvas abaixo da climatologia predominaram em toda região caracterizando todas as bacias monitoradas com deficit de precipitação. Os fenômenos El Niño (aquecimento das águas superficiais do Oceano Pacífico) e aquecimento anômalo das águas superficiais do Atlântico Tropical Norte favorecem uma condição que inibe a formação de nuvens e por consequência redução dos volumes de chuva observados.

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