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Amazonas

Monitor da Violência: AM tem aumento de 54% nos crimes em março de 2021, em relação a março de 2020

Os dados, comparados com o mesmo mês do ano passado, fazem parte do Monitor da Violência, ferramenta que registra as ocorrências de homicídio, latrocínio e lesão corporal seguida de morte.

Pesquisa incluiu casos de homicídio, latrocínio e lesão corporal seguida de morte. (Foto:Reprodução/Internet)

O Amazonas registrou um aumento nas ocorrências de homicídio, latrocínio e lesão corporal seguida de morte, no primeiro trimestre deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado, enquanto que no Brasil, os números apontam uma queda de 11%.

O mês de março foi o período de maior destaque de crimes violentos no Amazonas com um acréscimo de 54% nessas ocorrências, no estado. Os dados fazem parte do Monitor da Violência baseado no índice nacional de homicídios criado pelo G1, com base nos dados oficiais dos 26 estados e do Distrito Federal, divulgado nesta segunda-feira, 31/5.

De acordo os dados, somente o primeiro mês deste ano registrou uma queda das ocorrências no Amazonas, em comparação com o mesmo mês do ano passado. Em janeiro de 2020, os casos de mortes violentas envolveram 121 pessoas, que representam uma taxa de 2.92 por 100 mil habitantes. Em 2021, pico da segunda onda da pandemia do coronavírus no Amazonas, foram registrados 66 casos de violência, com uma taxa de 1,59/100 habitantes.

Nos meses seguintes de 2021, os números apontam crescimento dos crimes violentos em Amazonas em comparação com o ano anterior. Em fevereiro de 2020, foram registradas 86 mortes violentas; enquanto que o mesmo mês de 2021, os números apontam que 103 pessoas foram mortas com violência, números que representam, um aumento de 19,76%, no comparativo entre os dois períodos.

Em março, os índices de assassinatos subiram ainda mais. Ano passado, o Monitor da Violência registrou que 59 pessoas tiveram morte violenta no Amazonas. Neste ano, 91 pessoas foram assassinadas, dado que representa uma taxa de 2.20 pessoas por 100 mil habitantes e destaca um percentual de crescimento em 54,23% no comparativo entre os meses de março dos dois anos. Desse total, 87 casos de homicídios dolosos lideram as estatísticas. As outras ocorrências registradas foram: 2 casos de latrocínio e 2 de lesão corporal seguida de morte.

Brasil

No cômputo geral dos estados, o Brasil teve uma queda de 11% nos assassinatos nos três primeiros meses deste ano na comparação com o mesmo período de 2020. É o que mostra o índice nacional de homicídios criado pelo G1, com base nos dados oficiais dos 26 estados e do Distrito Federal.

Em janeiro, fevereiro e março, foram registradas 10.663 mortes violentas, contra 12.007 no primeiro trimestre de 2020. Ou seja, 1.344 a menos. Estão contabilizadas no número as vítimas de homicídios dolosos (incluindo os feminicídios), latrocínios e lesões corporais seguidas de morte.

A queda na média nacional acontece após um 2020 violento, mesmo com a pandemia do novo coronavírus. No ano passado, o país teve uma alta nos assassinatos após dois anos consecutivos de queda.

O que dizem os especialistas

Para Bruno Paes Manso, do NEV-USP, as variações circunstanciais levantadas pelo Monitor da Violência servem mais para levantar perguntas do que para indicar respostas.

“Será que a tendência de queda vai permanecer ou vai ficar restrita ao primeiro trimestre? Não custa lembrar que esse trimestre está sendo comparado com dois meses do ano passado que não registraram epidemia. Em compensação, no ano passado, apesar da pandemia, os homicídios cresceram. Os governos estaduais tiveram algum tipo de iniciativa importante? Por que, apesar do aumento de armas em circulação, essa redução foi identificada?”
Segundo ele, três meses é pouco tempo para identificar uma tendência. “Caso a curva permaneça em queda, será uma boa notícia que ainda exigirá debate e reflexão para identificarmos as causas.”

Índice nacional de homicídios

A ferramenta criada pelo G1 permite o acompanhamento dos dados de vítimas de crimes violentos mês a mês no país. Estão contabilizadas as vítimas de homicídios dolosos (incluindo os feminicídios), latrocínios e lesões corporais seguidas de morte. Juntos, estes casos compõem os chamados crimes violentos letais e intencionais.

Jornalistas do G1 espalhados pelo país solicitam os dados, via assessoria de imprensa e via Lei de Acesso à Informação, seguindo o padrão metodológico utilizado pelo fórum no Anuário Brasileiro de Segurança Pública.

O governo federal anunciou a criação de um sistema similar ainda na gestão do ex-ministro Sergio Moro. Mas os dados não estão tão atualizados quanto os da ferramenta do G1.

Os dados coletados mês a mês pelo G1 não incluem as mortes em decorrência de intervenção policial. Isso porque há uma dificuldade maior em obter esses dados em tempo real e de forma sistemática com os governos estaduais. O balanço fechado do ano de 2020 foi publicado no mês passado.

Com informações do G1.

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