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Amazonas

Medição do Porto de Manaus aponta que Rio Negro subiu 10 centímetros em Manaus desde o dia 28/10

Dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) mostram que o estado teve o menor volume de chuvas dos últimos 15 anos de janeiro a abril.

O nível do Rio Negro, em Manaus, parou de descer na última sexta-feira (28/10) e já subiu 10 centímetros até esta segunda-feira, de acordo com a medição feita pelo Porto de Manaus. O menor nível este ano chegou a 16,19 metros, ou 2,56 metros acima da maior vazante já registrada, no dia 24 de outubro de 2010, de 13,63 metros, de acordo com a medição feita pelo Porto de Manaus.

Em Tabatinga houve uma subida intensa do nível do rio, na última semana, o que de acordo com o período aponta para o início do processo de cheia nesta região. Em Beruri o nível do rio estabilizou na última semana e no registro mais recente subiu. Em Humaitá o rio Madeira subiu alguns centímetros, confirmando o início do processo de enchente na região. Em Tabatinga, Coari e Itacoatiara, o nível dos rios também voltou a subir.

Dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) mostram que o estado teve o menor volume de chuvas dos últimos 15 anos de janeiro a abril (989,4 mm), período mais chuvoso na região. Nos meses mais secos, de julho a setembro, a chuva acumulada foi a menor em 20 anos.

No mês passado, oito das 10 estações convencionais do Inmet no Amazonas registraram volumes até 90% abaixo das médias climatológicas. Em Manaus, as temperaturas chegaram a 38,3°C em setembro, o que significa 4ºC acima da média esperada para o mês. O município de Lábrea, no sul do Amazonas, um dos mais afetados por desmatamento, chegou a registrar 38,6ºC, a temperatura mais elevada do estado.

Segundo Andrea Ramos, meteorologista do Inmet, o fenômeno La Niña altera o regime de chuvas pelo terceiro ano consecutivo, mas a Amazônia enfrenta, assim como o resto do mundo, o fenômeno dos extremos, com secas mais longas e chuvas de um dia que equivalem à quantidade de um mês.
A Amazônia registrou secas extremas em 2005 e 2010, a maior em mais de 100 anos (desde 1902). O problema se repetiu em 2015 e 2016.

Henrique Barbosa, professor do Instituto de Física da USP e da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos, lembra que nos últimos 20 anos ocorreram quatro grandes secas na Amazônia, quando o padrão deveria ser de uma em 100 anos.

Barbosa é coorientador de um estudo com pesquisadores internacionais que mostra um efeito cascata dentro da própria Amazônia, decorrente de secas esperadas em função da mudança climática. Mesmo que a seca atinja apenas uma determinada área, ela vai impactar outras que não foram afetadas diretamente. Os cálculos têm como base o transporte de umidade na atmosfera, popularmente conhecido como “rios voadores”.

Barbosa explica que a floresta Amazônica devolve para a atmosfera pelo menos 50% da chuva que absorve, por meio da evapotranspiração (liberação de vapor).

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