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Amazonas

‘Kit intubação’: Amazonas suspende cirurgias eletivas e atendimento a pacientes de Covid-19 de outros estados

Governo diz que há escassez no mercado brasileiro de medicamentos do “kit intubação”, composto por bloqueadores neuromusculares e sedativos, e o cenário epidemiológico da pandemia de Covid-19 no Brasil.

O governo do Amazonas informou que a escassez no mercado brasileiro de medicamentos do “kit intubação”, composto por bloqueadores neuromusculares e sedativos, e o cenário epidemiológico da pandemia de Covid-19 no Brasil acenderam o sinal de alerta na Secretaria de Estado de Saúde (SES), que suspendeu o retorno das cirurgias eletivas, aquelas com data marcada para acontecer, e a recepção de pacientes de outros estados na “Operação Gratidão”.

A SES informou que serão mantidas apenas as cirurgias de urgência e emergência e aquelas que não podem ser adiadas por risco aos pacientes, como as cardíacas e oncológicas.

O secretário de Saúde do Amazonas, Marcellus Campêlo, informou que ambas as medidas são temporárias para que o estado possa melhor avaliar o cenário local, diante da possibilidade de um novo incremento de casos. O Estado trabalha em estratégias para garantir o abastecimento de insumos, em especial os medicamentos do kit intubação.

“Vamos suspender as cirurgias eletivas na rede estadual e recomendar que a rede privada avalie também a possibilidade”, disse o secretário.

Segundo o governo do Amazonas, a escassez de medicamentos usados na intubação de pacientes com Covid-19 levou o Ministério da Saúde a fazer a requisição administrativa da indústria local. Com isso, toda a produção está sendo direcionada para o Ministério da Saúde fazer a distribuição entre os estados.

A SES informou que o Hospital Delphina Aziz, a maior unidade referência para Covid-19 no Estado, com 180 leitos, não está conseguindo fazer aquisições com seus fornecedores por conta da requisição do Ministério da Saúde. Enquanto o Instituto Nacional de Desenvolvimento Humano (INDSH), Organização Social que opera a unidade, busca novos meios de aquisição, a Central de Medicamentos do Amazonas (Cema) está abastecendo o hospital.

A Cema realiza compras em grande quantidade e tem estoque para aproximadamente um mês. Além disso, começou a receber remessas de medicamentos do Ministério da Saúde, mas trabalha em novas estratégias de compras para garantir o abastecimento futuro, como as compras internacionais, que também dependem do aval do Ministério da Saúde.

A SE também informou que está reformulando o Plano de Contingência para Enfrentamento da Covid-19, considerando não mais apenas a taxa de ocupação de leitos para a definição das medidas de restrição de circulação. O plano também considera fatores como a taxa de transmissão, além da situação dos insumos, como medicamentos e oxigênio.

Atualmente, segundo o governo, há uma queda no número de internações por Covid-19, mas a rede de saúde segue sendo pressionada pela necessidade de internação por outras causas, como acidentes e outras doenças, que aumentaram. A tendência levou a secretaria a converter parte dos leitos nos prontos-socorros, onde a pressão se mostra maior.

Essa conversão de leitos, segundo o governo, acaba influenciando na taxa de ocupação de leitos da rede pública estadual por Covid-19, que teve um crescimento de 50% para 62%, no caso dos leitos clínicos, e a de UTI se mantém na casa de 80%. Já a taxa de ocupação de leitos não Covid está 76% para clínicos, e 75% para UTI. Embora as taxas considerem também os leitos ofertados a outros estados, a SES-AM se mantém vigilante, tendo em vista a possibilidade de um terceiro pico da doença no estado.

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