Conecte-se conosco

Amazonas

Inpe: Focos de calor no Amazonas crescem 5,9% no 1º semestre; na região, o aumento é de 10,7%

Em números absolutos foram registrados 8.344 focos de calor na Amazônia no primeiro semestre de 2023, de acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

O primeiro semestre de 2023 registrou um aumento de 5,9% dos focos de calor detectados no Amazonas em comparação ao mesmo período do ano passado. De acordo com dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), em 2022 foram detectados Amazonas 368 focos de calor. Neste ano, nos seis primeiros meses, houve a constatação de 390 focos.

Já em números comparativos do ano passado com esse ano, o estado que apresentou maior crescimento de focos de calor no primeiro semestre, foi Roraima, com mais de 100% de aumento. Pará e Tocantins tiveram aumento de 38%.


O satélite de referência não captava números tão altos nos primeiros seis meses de um ano desde 2019.

Em toda a Amazônia, o primeiro semestre de 2023 registrou um aumento de 10,7% dos focos de calor detectados na Amazônia em comparação ao mesmo período do ano passado. O satélite de referência não captava números tão altos nos primeiros seis meses de um ano desde 2019.

Os dados foram obtidos pelo Greenpeace Brasil em parceria com a GloboNews, junto a plataforma do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Em números absolutos foram registrados 8.344 focos de calor na Amazônia no primeiro semestre de 2023.

Os focos de calor são medidos através do satélite que capta a temperatura e as traduz em pixels. Nesse mecanismo de leitura, não é possível mensurar através dos focos de calor dessa pesquisa a área atingida.

Os estados que mais contribuíram para este aumento foram Mato Grosso, com 4.569 (55%); Pará, com 1.482 (18%); e Roraima, com 1.261 (15%) focos de calor no ano de 2023. Esse crescimento se dá entre vários fatores pelo aumento das temperaturas em todo o mundo, segundo Rômulo Batista que atua como porta-voz do GreenPeace Brasil.

“A gente saiu de anos sob o fenômeno da La Niña, quando há períodos de chuva maiores. E agora estamos indo para um El Niño – um período mais seco. O mês de junho foi um dos mais quentes já registrados no mundo e na Amazônia não foi diferente. Quanto menos chuva e mais quente, mais suscetível fica todo o bioma a incêndios“, afirma Batista.

Um cruzamento de dados entre os focos de calor e o desmatamento aponta que aproximadamente 37% dos focos são de áreas de desmatamento consolidado. Os dados foram extraídos da plataforma TerraBrasilis, do INPE, pelo Greenpeace a pedido da GloboNews:

37% – desmatamento consolidado
22,3% – vegetação primária
19,1% – desmatamento recente
11,3% – outros
10,3% – vegetação secundária

Junho tem patamar recorde

O mês de junho registrou 3.075 focos de calor, contribuindo com 36% do total do ano. O Índice atingido é o recorde da série de 2007 para 2023, sendo o maior número verificado para o mês desde então.

As três semanas com mais focos de calor detectados do ano estão em junho. Do dia 12 ao dia 18 foram registrados 583 (7% do ano). Na semana seguinte, de 19 a 25 de junho, foram 952 (11,4% do ano – a semana com mais registros). E de 26 a 30 foram mais 881 (10,6% do total).

Desmatamento na Amazônia registra queda pelo terceiro mês consecutivo em 2023

Em contraponto, o número de alertas de área desmatada no mês de junho apresentou queda de 41% em relação ao mesmo período no ano passado. No acumulado do primeiro semestre, a queda fica em 33,6% em relação ao mesmo período de 2022. Os dados foram divulgados nessa quinta-feira pelo Ministério do Meio Ambiente, em Brasília. Os valores são do sistema Deter-B, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

“O segundo semestre marca o verão amazônico, época mais quente e com menos chuvas. Historicamente há mais queimadas e mais desmatamento. Vamos precisar de muito mais ações de fiscalização e controle para evitar que esse número que já vem alto nesse primeiro semestre, bata recordes e fique ainda maior do que o registrado nos últimos anos”, completa Batista.

Este é o terceiro mês consecutivo, em 2023, que os dados mostram uma queda do desmatamento no bioma. Ao todo, foram registrados 663 km² de alertas de desmatamento.

Dentro do acumulado do primeiro semestre de 2023 a queda de 33,6% teve o maior número de alerta nos seguintes estados: Mato Grosso com 905 km² (34% do total), Pará com 746 km² (28%) e Amazonas com 553 km² (21%).

Clique para comentar

Faça um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

12 − 11 =