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Amazonas

Governo do AM erra sobre salários de secretários ao tentar justificar aumentos de até 225% para o alto escalão

O governo tenta justificar o aumento de até 225% nos salários dos funcionários do alta escalão, autorizado pelo governador Wilson Lima (PSC), culpando o ex-governador, cuja administração terminou um ano antes.

Em comunicado oficial, o governo do Amazonas errou ao informar que, em 2018, na gestão do ex-governador Amazonino Mendes, os salários dos secretários de Estado foram reajustados em 88%. O press release governamental, para tentar justificar o aumento de até 225% nos salários dos funcionários do alta escalão, autorizado pelo governador Wilson Lima (PSC), também tenta colocar a culpa pelos aumentos, dados em novembro de 2019, ao ex-governador, cuja administração terminou um ano antes.

O governo informou que os aumentos de salários dados para os funcionários escolhidos por Wilson Lima foi para reduzir o que chamou de “discrepância entre a remuneração do titular e seus substitutos legais” e que, “em 2018, na gestão do ex-governador Amazonino Mendes, os salários dos secretários de Estado foram reajustados em 88%”.

Ao tentar colocar a culpa em Amazonino, o governo do Amazonas escondeu que o reajuste nos salários dos secretários foi aprovado pela Assembleia Legislativa (ALE) no apagar das luzes de 2018, para beneficiar os secretários que assumiriam em 2019, no atual governo.

Projeto de lei ordinária nº 205/2018 sobre salários de secretários foi de autoria da Assembleia, mostra processo de tramitação.

O governo também escondeu que os deputados provaram o projeto de lei ordinária nº 205/2018, da própria mesa diretora da Casa, que se transformou na Lei Ordinária nº 4.741, de 27 de dezembro de 2018,  que fixou em R$ 28.060,00 o subsídio dos secretários, com efeitos financeiros a partir de 1º de janeiro de 2019, ou seja, no governo de Wilson Lima.

Lei proposta pela Mesa Diretora e aprovada pela Assembleia  aumentou salários de secretários a partir de janeiro de 2019.

Na mesma sessão, os deputados aprovaram o projeto de lei ordinária nº 204/2018, também da própria mesa diretora da Casa, reajustando os salários, do governador do e vice-governador, a partir do primeiro dia de 2019, quando o governador já seria Wilson Lima. O projeto de lei se transformou na Lei 4.740, de 27 de dezembro de 2018  e fixou o subsídio do governador em R$ 34.070,00 e o do vice-governador em R$ 32.200,00, com efeitos financeiros a partir de 1.º de janeiro de 2019.

Abono negado

Em 2018, o então governador Amazonino Mendes tentou aumentar, com abono, os salários dos secretários de Estado, de R$ 13,5 mil para R$ 27,5 mil. O aumento acabou sendo anulado, após receber muitas críticas da sociedade e o governo ser pressionado pelos mesmos deputados estaduais na ALE que aprovaram, depois, o aumento de salário para os secretários de Wilson Lima.

Na época, em nota, Amazonino informou que revogou o Decreto 38.853, de 9 de abril de 2018, que concedia abono aos secretários de Estado, que estavam há dez anos sem reajuste salarial, “em razão da dúvida técnica sobre a concessão em forma de abono, a Procuradoria Geral do Estado orientou pela revogação do decreto”.