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Amazonas

Governador do AM anuncia reajustes salariais abaixo dos reivindicados por trabalhadores da Saúde e Educação

De acordo com o governador, os valores dos reajustes serão inclusos na folha de pagamento a partir de 2022, exceto da Polícia Civil, que começam a ser pagos em dezembro.

O governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), anunciou, nesta terça-feira, reajuste de 8,9%para os funcionários da Secretaria de Saúde (SES) e fundações e de 9,19% para os trabalhadores da Educação, cujos sindicatos reivindicam, respectivamente, pelo menos, 24% e 184,73%.

De acordo com a presidente do Sindicato dos Trabalhadores Públicos da Área de Saúde do Amazonas (Sindsaúde), Cleidinir Socorro, os trabalhadores da área de saúde reivindicam reposição salarial de 24% e as datas-bases atrasadas dos anos de 2016, 2017, 2020 e 2021, a progressão e promoção do Plano de Cargo, Carreira e Remuneração que estão atrasadas desde 2012. ”

“Mais de 24% que eles nos deve hoje. É uma insatisfação muito grande, uma categoria que ficou lutando até pela própria vida, ficou na linha de frente, não teve os privilégios de ter quarentena, de fugir”, ponderou a líder sindical.

Cleidinir Socorro disse que a insatisfação da categoria é grande uma vez que o Sindsaúde pleiteava que o pagamento das datas-bases em atraso começasse a ser pago ainda em 2021, e não a partir de janeiro de 2022, conforme anunciado pelo governador. “O secretário de Saúde (Anoar Samad) sentou conosco e nós pedimos pelo menos a primeira parcela e nós queríamos também, já que ele não vai dar na folha deste ano, que ele desse um abono natalino, que seria um abono no valor de um décimo quarto do salário do trabalhador. Mas ele não anunciou.  Ele (secretário de Saúde) falou que ficaria para conversarmos no próximo ano, já que vai ser pago em janeiro este aí (parcela). Só que o próximo ano é eleitoral. É muito complicado a legislação. Só tem até abril. Ele (governador) falou também sobre as promoções e progressões, que as nossas já estão atrasadas desde 2012, (mas) ele também não anunciou a da saúde. Então, não é esse pleito que é dos sindicatos”, comentou Cleidinir.

O Aspromsindical, que representa trabalhadores da educação em Manaus, reivindica reposição de perdas salariais e as datas-bases de 2019 para 2020 e de 2020 para 2021, que vence no ano que vem, segundo o Aspromsindical.

O governador também anunciou reajuste de 14,69% a 15,22% à Polícia Civil, sendo 7,34% aos administrativos. A reivindicação da categoria para os administrativos, chegava a 38,39%, referente aos anos de 2015 A 2021.

O anúncio foi de 3,3% aos Bombeiros; 2,4% para os funcionários da Secretaria de Produção Rural (Sepror) e Instituto de Desenvolvimento Agropecuário (Idam) e 8,5% para o Amazonprev.

Os maiores reajustes percentuais foram anunciados para os procuradores autárquicos e os da Procuradoria Geral do Estado (PGE), de 32,49%.

Depois, com 31,63%, entraram os funcionários da Funtec (Fundação Televisão e Rádio Cultura do Amazonas), do Ipem (Instituto de Pesos e Medidas do Amazonas), SNPH, Cetam (Centro de Educação Tecnológica do Amazonas) e administrativos da PGE.

Para a Polícia Militar e Corpo de Bombeiros serão 3,3%. Quanto aos servidores administrativos da Polícia Civil o reajuste inclui a data-base de 2019 a 2020 e será de 7,34%.

Na Universidade do Estado do Amazonas) serão realizadas promoções dos servidores.

De acordo com o governador, os valores dos reajustes serão inclusos na folha de pagamento a partir de 2022, exceto da Polícia Civil, que começam a ser pagos em dezembro.

Perdas

O deputado estadual Dermilson Chagas (Podemos) afirmou, na manhã desta terça-feira (26/10), na Assembleia Legislativa, que todas as categorias de servidores estaduais tiveram perda do poder de compra no governo Wilson Lima. Com base nos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o parlamentar revelou que só a inflação acumulada de 2019 a setembro de 2021 foi de 16,54%.

Dermilson Chagas destacou que os servidores estaduais foram os que mais sofreram com o aumento da inflação, porque, além do processo inflacionário em si, eles foram vítimas do Pacote da Maldade, causada pela falta de planejamento do Governo do Amazonas, que não soube controlar os seus gastos e que, por esta razão, teve congelar, por um período de anos, a concessão de aumento e/ou reajuste salarial para o funcionalismo público, por meio da Lei Complementar nº 198, de 15 de julho de 2019, com vigência até o final do segundo quadrimestre de 2021.

“Na verdade, mesmo que o governador Wilson Lima faça a reposição da perda salarial, isso não fará a mínima diferença no salário do trabalhador estadual, porque a inflação já consumiu todo esse dinheiro. E veja bem que isso não é aumento, é apenas o percentual mínimo que ele tem de respeitar para que os nossos servidores possam recompor o seu poder de compra e ter o mínimo de dignidade. O governador precisa fazer essa reposição e, em seguida, conceder o aumento de fato aos servidores”, disse.

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