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Amazonas

Gerente da Natura: com Amazônia, Brasil tem o potencial de ser o “Vale do Silício da biodiversidade”.

Puchala acredita que uma estratégia mais sustentável para a exploração da floresta só será possível, se o governo federal também se envolver.

Graças à Floresta Amazônia o Brasil tem o potencial de se tornar o “Vale do Silício da biodiversidade”. É o que defende Renata Puchala, gerente de sustentabilidade e impacto social da Natura. Com uma área que ocupa 60% do território brasileiro, a região da Amazônia Legal tem grande potencial de negócios, mas, segundo ela, a cultura extrativista ainda domina as estratégias de exploração. “Hoje, gado, extração de madeira, soja, mineração e hidroelétricas são as principais atividades econômicas da região”, afirma. “A floresta ainda vale mais desmatada do que em pé.”

As informações são da revista Época.

Em palestra no Singularity Brazil Summit 2019, evento que acontece em São Paulo nesta quarta-feira (12/06), Puchala defendeu que a tecnologia tem o poder de transformar essa realidade. Para ela, big data, drones, satélites e sensores conseguem otimizar e tornar mais eficientes os recursos naturais da Amazônia. A executiva dá como exemplo um caso da Natura. Uma espécie de árvore que chegou a entrar na lista de extinção por ser alvo de madeireiros, ganhou outro uso. “Por meio de tecnologia, nós descobrimos um novo princípio ativo no fruto da árvore que começou a ser usado em nossos produtos”, diz. “A população não só deixou de desmatar, mas começou a ganhar três vezes mais com o cultivo da espécie.”

Puchala explica que por meio da tecnologia fica mais fácil inovar e procurar novas soluções. Para ela, a floresta tem uma grande biodiversidade ainda mal aproveitada de forma sustentável. Os impactos de uma maior preservação seriam sentidos em todas áreas, segundo a executiva. Por exemplo, o país poderia aumentar o uso do modelo de agricultura regenerativa, em vez da extrativista, se investisse em pesquisas no solo da floresta. “Tem mais vida embaixo da terra do que em cima”, afirma. “Fungos, raízes e bactérias abrem muitas oportunidades.”

No entanto, Puchala acredita que uma estratégia mais sustentável para a exploração da floresta só será possível, se o governo federal também se envolver. “Temos de criar um ecossistema próspero, interligando todos os stakeholders na causa”, afirma. “É fundamental para não perdermos o timing da inovação.”

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