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Amazonas

Folha de S. Paulo: funcionário diz que hospital referência de coronavírus do AM colapsou

Com a taxa de incidência de coronavírus mais alta do país (19,1 por 100 mil habitantes), o Amazonas é uma das cinco unidades da federação com indícios de transição para a fase de aceleração descontrolada de casos.

A UTI e a sala de emergência lotados, duas mortes e a família de uma idosa orientada a levá-la para morrer em casa. O relato, feito ao longo da madrugada desta sexta-feira (10), é de um dos trabalhadores de plantão no hospital Delphina Aziz, a unidade de referência para o novo coronavírus no Amazonas. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.

Segundo ele, é a primeira vez que o hospital na zona norte de Manaus, reservado apenas para casos de Covid-19, entra em colapso. Com a taxa de incidência de coronavírus mais alta do país (19,1 por 100 mil habitantes), o Amazonas é uma das cinco unidades da federação com indícios de transição para a fase de aceleração descontrolada de casos.

A descrição indica que o Delphina Aziz foi o primeiro hospital público de referência do país a colapsar em razão da epidemia. Há pacientes infectados por coronavírus em outras unidades hospitalares de Manaus, que também atendem a outras doenças.

A capital do Amazonas é a única cidade com UTI do maior estado do país, com um território um pouco maior do que a soma das regiões Sul e Sudeste.

De acordo com o funcionário, que falou com a reportagem sob a condição do anonimato, os 50 leitos da UTI lotaram na madrugada, enquanto o governo do Amazonas se apressa para instalar  mais 19 leitos até o final desta sexta-feira.

A unidade perdeu a capacidade de atender pacientes que chegam em estado grave, relata ele. A família de uma octagenária foi orientada a levá-la para casa para se despedir. Só houve a abertura de vagas na UTI após dois óbitos.

As outras alas do Delphina, como a sala rosa (que abriga casos leves e moderados) e as enfermarias, estão perto de atingir sua capacidade total. Os mortos já estão sendo levados a dois contêineres refrigerados, instalados ali na semana passada.

Na segunda-feira (6), o então secretário da Saúde do Amazonas, Rodrigo Tobias, disse que 95% dos leitos públicos de UTI estavam ocupados. Dois dias depois, ele foi demitido e substituído pela biomédica paulista Simone Papaiz. A mudança foi criticada pelo ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, por ter sido feito no meio da crise.

Desde a declaração, o número de casos confirmados de Covid-19 no Amazonas saltou de 532, nesta segunda, para 899, na quinta-feira (9). Os óbitos subiram de 19 para 40.

Em uma tentativa de suprir a falta de leitos, o governo do Amazonas alugou o hospital da Universidade Nilton Lins, que está sendo adaptado para atender exclusivamente casos de coronavírus. O hospital tem 400 leitos clínicos.

A Prefeitura de Manaus anunciou nesta semana a construçao de um hospital de campanha, com capacidade inicial de cem leitos.

O governo do Amazonas prevê que o pico de contaminação no estado ocorrerá entre o final deste mês e o início de maio.

Em declarações reproduzidas pelo portal G1, o governador Wilson Lima (PSC) disse nesta quinta que dois hospitais da rede privada de Manaus estão com as UTIs lotadas. Ele afirmou que 55% dos respiradores do estado estão em uso, mas, com o ritmo atual de avanço da doença, há o risco de todo o sistema de saúde do estado colapsar


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