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Amazonas

FAO alerta para ameaças na Amazônia e destaca bioeconomia sustentável para erradicar pobreza

Para a FAO, os ecossistemas únicos da região desempenham um papel crítico na garantia do acesso à água, energia, segurança alimentar e dietas saudáveis para seus habitantes e para o planeta

Uma bioeconomia sustentável é a chave para muitos desafios que enfrentamos, incluindo a erradicação da pobreza, desigualdade, fome, desnutrição, abordagem dos impactos da crise climática, perda de biodiversidade e degradação dos ecossistemas.

No entanto, é necessária a atuação de uma liderança sólida e políticas eficazes para aproveitar essas oportunidades. Essa é a opinião do diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, FAO, Qu Dongyu.

Proteção da Amazônia

Ele esteve em um evento organizado pelo governo do Brasil durante o Fórum Mundial de Alimentação, que termina nesta sexta-feira, 20/10, na sede da agência, em Roma.

O chefe da FAO expressou preocupação com diversas ameaças que afetam esses recursos da Amazônia.

Para ele os ecossistemas únicos da região desempenham um papel crítico na garantia do acesso à água, energia, segurança alimentar e dietas saudáveis para seus habitantes e para o planeta, além de muitos outros benefícios para o clima e a natureza.

A FAO destaca que a Amazônia está sendo afetada pelo fenômeno El Niño e pelas mudanças climáticas induzidas pelo homem.

Além disso, uma seca sem precedentes tem causado a diminuição dos rios, prejudicando ecossistemas e a vida e os meios de subsistência de centenas de milhares de pessoas.

Exploração dos recursos naturais

A agência da ONU também aponta que a expansão rápida da agricultura, indústrias extrativas, desenvolvimento de infraestrutura, mudanças no uso da terra e urbanização também têm esgotado os recursos naturais da Amazônia.

O potencial de perda de florestas na Amazônia entre 2015 e 2030 é o mais alto do mundo.

O Banco Interamericano de Desenvolvimento prevê possíveis perdas econômicas cumulativas de US$ 230 bilhões para os países amazônicos se esse potencial se tornar realidade.

Qu Dongyu destacou algumas tendências positivas, como a diminuição das taxas de desmatamento em quase metade nos primeiros 8 meses deste ano em comparação com o mesmo período em 2022.

Segundo o diretor-geral, essas tendências podem ser ampliadas, e as perdas podem ser evitadas ao aproveitar o imenso potencial da bioeconomia sustentável e uma maior colaboração intercontinental nessa área.

Bioeconomia

Ele enfatizou que a FAO foi a primeira agência da ONU a elevar a bioeconomia ao nível de prioridade estratégica.

O chefe da FAO explica que a bioeconomia oferece muitas oportunidades para tornar os sistemas agroalimentares mais eficientes, inclusivos, resilientes e sustentáveis.

Ele acrescenta que a bioeconomia ainda oferece possibilidades para criar valor econômico, empregos e bem-estar social por meio de inovações tecnológicas, organizacionais e sociais, além de promover o consumo e a produção responsáveis, a melhoria na gestão de recursos naturais e a redução de resíduos.

Por exemplo, o uso de biofertilizantes, biopesticidas e biorremediação, e a promoção de cadeias de valor que produzem mais com menos e transformam resíduos em subprodutos valiosos podem reduzir significativamente a pressão sobre os ecossistemas.

Agricultura sustentável

Falando sobre os primeiros sinais da bioeconomia em ação na Amazônia, ele citou como exemplo a colheita sustentável e o processamento de produtos florestais não madeireiros, como açaí ou nozes, que oferecem oportunidades de emprego e renda.

Qu enfatiza que, para expandir a bioeconomia, devemos reunir uma ampla gama de vozes e atores.

Segundo a FAO, aproximadamente 45% das florestas intactas da Amazônia estão dentro de territórios indígenas. Por isso, os Povos Indígenas devem estar na vanguarda dos esforços para garantir inclusão neste processo.

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