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Amazonas

Falta de estrutura: mortes em Manaus cresceram 350% com Covid-19, contra 28% em São Paulo

Fiocruz mostra que diferença dramática de infraestrutura hospitalar explica explosão de mortes na capital do Amazonas.

Um estudo da Fiocruz mostra que o número de mortes em Manaus explodiu de forma “centenas de vezes mais dramática” do que em outras capitais que enfrentam a mesma epidemia da Covid-19. As informação foi publicada nesta terça-feira, pela colunista da Folha de S. Paulo Mônica Bergamo.

De acordo com o cientista Jesem Orellana, citado pela coluna, as diferenças escancaram as desigualdades sociais e de acesso a serviços de saúde nas diferentes regiões do país. “Manaus poderia ter perdido um número infinitamente menor de vidas se tivesse estrutura laboratorial e hospitalar ao menos parecida com a de outras capitais”, afirma ele.

“Entre os mortos estão vítimas da Covid-19 e de outras enfermidades que não encontraram
hospitais”, diz acrescenta o cientista. As mortes em casa ou em vias públicas saltaram de 33, em 2019, para 268 na 16ª semana do ano.

Na 11ª semana epidemiológica deste ano, de 15 a 23 de março – antes do registro do primeiro
caso da doença na cidade – 215 pessoas morreram em Manaus, de variadas causas. No ano
passado, tinham sido 205 no período.

Já na 16ª semana, de 19 a 25 de abril, depois da Covid-19, houve uma explosão: 972 pessoas
morreram, contra 215 na semana equivalente de 2019 —um salto de 350%.

Em São Paulo, onde a pandemia começou, o salto foi de 28%: no ano passado, 1.622 pessoas
morreram na capital paulista na 16ª semana. Neste ano, foram 2.077. No Rio de Janeiro, o salto foi de 62%; em Fortaleza, de 40%.

Na segunda-feira (01/06), o Amazonas registrava 41.774 casos confirmados de Covid-19, segundo a Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM), com total de 2.071 mortes. Outros 333 óbitos estava em investigação epidemiológica. O boletim apontava, ainda, que 5.783 pessoas com diagnóstico de Covid-19 estavam em isolamento social ou domiciliar.

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