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Amazonas

Empresas que exploram terras desmatadas na Amazônia terão financiamento negado por maior banco da França

BNP Paribas disse que incentivará clientes a não comprarem carne bovina ou soja oriundos do Cerrado, que ocupa 20% do Brasil, e só financiará projetos com estratégia de desmatamento zero até 2025.

A estratégia do banco francês é barrar o desmatamento na Amazônia. (Foto: 47º Batalhão Infantaria/Operação Verde Brasil 2)

O maior banco da França, BNP Paribas, prometeu nesta segunda-feira (15) parar de financiar empresas que compram gado ou soja produzidos em terras amazônicas desmatadas ou convertidas depois de 2008. O banco também disse que incentivará clientes a não comprarem ou produzirem carne bovina ou soja oriundos do Cerrado, que ocupa 20% do Brasil, só financiando aqueles que adotarem uma estratégia de desmatamento zero até 2025. A informação é da Agência Reuters, divulgada pelo portal de notícias G1.

Grupos ambientalistas disseram que a decisão do BNP Paribas enviou uma mensagem contundente a empresas que negociam commodities na região, mas pressionaram por ações mais rápidas. “Instituições financeiras expostas ao setor agrícola do Brasil precisam contribuir para esta luta contra o desmatamento. Este é o caso do BNP Paribas”, disse o banco em um comunicado.

Alguns cientistas alertam que a floresta amazônica, que se estende por nove países, ruma para uma espiral mortal, já que o desmatamento prossegue aceleradamente.Uma área da floresta tropical amazônica do tamanho de Israel foi derrubada no ano passado, de acordo com a entidade Amazon Conservation.

Metade do Cerrado já foi derrubado e é um dos ecossistemas mais ameaçados do planeta, disseram quatro ONGs ambientalistas em um comunicado conjunto.

“O BNP Paribas está dando mais cinco anos para os negociantes derrubarem florestas impunemente”, disse Klervi Le Guenic, do Canopée –Forêts Vivantes.

No mês passado, o BNP e outros bancos de empréstimos europeus, como Credit Suisse e Dutch bank ING, comprometeram-se a parar de financiar o comércio de petróleo cru do Equador graças à pressão de ativistas que almejam proteger a Amazônia.