Amazonas
Empresa Natural One estuda abrir fábrica de sucos na Zona Franca de Manaus
A empresa também avalia a possibilidade de utilizar frutas da região amazônica na produção.

A Natural One quer deixar de ser uma empresa de engarrafamento de suco de laranja e se tornar uma fabricante de bebidas, com um portfólio que vai incluir desde néctares de frutas até chás e leites vegetais, energéticos e isotônicos. E para garantir matéria-prima para os novos produtos, busca um parceiro no Amazonas e estuda montar uma indústria na Zona Franca de Manaus (Suframa).
“Estamos no primeiro momento de análise das oportunidades e em busca de parceiros que nos forneçam açaí, cupuaçu e guaraná. Estamos muito interessados nas frutas locais, o que traria um diferencial competitivo para nossos produtos”, disse Rafael Catolé, vice-presidente e gerente-geral da empresa.
Nesta semana, o executivo esteve na sede da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), para saber quais são as condições fiscais e incentivos para montar uma fábrica na região, o que poderá ocorrer em cerca de três anos.
“Talvez tenhamos uma fase inicial com parceiros. Nossa ideia é, inclusive, cooperar com outras indústrias locais. Existe a possibilidade de trabalharmos com enlatados, que ainda não exploramos. Vemos uma grande oportunidade aqui em Manaus”, explicou.
Atualmente, a companhia está sediada em Jarinu, interior de São Paulo, com capacidade produtiva de 200 milhões de litros anuais de sucos, de laranja, uva e maçã, e outros.
Criada em 2012 por uma ideia de Ricardo Ermírio de Moraes, do grupo Votorantim, a companhia não divulga seu faturamento, mas o mercado calcula que esteja próximo de chegar a R$ 1 bilhão. Em 2023 (último dado disponível), a companhia registrou uma receita líquida de R$ 635,4 milhões, segundo o Valor Data. A Natural One exporta para mais de 15 países e tem até uma parceria com a gigante varejista chinesa Alibaba para vender o suco natural na Ásia.
A busca por novos produtos está atrelada ao menor consumo de suco de laranja no mundo. Não há dados específicos sobre a demanda pela bebida no Brasil, mas na Europa houve um recuo de 0,23% no consumo em 2023/24, na comparação com a safra anterior, segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Nos EUA, a consultoria Nielsen aponta uma baixa de 24,5% nas quatro semanas encerradas em 1º de novembro de 2024 (último dado disponível), em comparação às quatro semanas anteriores. O consumo de suco fresco recuou 0,9% na mesma comparação.
“Os hábitos do consumidor vêm sendo alterados e queremos participar de toda a jornada de bebidas explorada por eles”, afirmou Catolé. O executivo não divulgou os valores de investimento nos projetos de expansão.
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