Em meio à pandemia com 12 mil mortes, Assembleia do AM mantém contratos milionários de propaganda

Mesmo com o Estado somando mais de 12 mil mortes por Covid-19, a Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE), sob a gestão do presidente Roberto Cidade (PV), mantém seus contratos milionários de propaganda e já pagou, este ano, até esta terça-feira, R$ 4,1 milhões (R$ 4.147.190,58) por serviços de publicidade, sendo R$ 3,8 milhões (R$ 3.850.020,68) de 2021 e R$ 297,1 mil (R$ 297.169,90) de restos do ano anterior. A ALE tem empenhados para gastar este ano, nestas rubricas, R$ 13,7 milhões (R$13.775.833,25).

Roberto Cidade tomou posse no dia 1º de fevereiro como presidente da Casa para o biênio 2021/2022. A ALE tem três contratos para publicidade, todos feitos sem licitação. Um de R$ 9.476.000,00 com a Criae Publicidade, aditivado até 22 de dezembro de 2021, no valor mensal de R$ 789.666,67; outro com a PS Publicidade, de R$ 3.859.833,25, até 13 de junho deste ano, com valor mensal de R$ 771.966,65; e um terceiro, com a empresa Ganhe na Tela, de R$ 440 mil, de R$ 40 mil mensais, que está valendo até o dia 16 de dezembro.

O contrato com a Criae é para fazer fazer veiculações em emissoras e/ou retransmissoras de TV aberta, em emissoras e/ou retransmissoras de rádio e em mídias digitais (portais de internet). O da PS é para “elaboração de serviços, consultoria e assessoria de comunicação institucional”. E o com o Ganhe na Tela é para patrocínio do aplicativo, que distribui créditos pelo celular.

Desde o ano passado, o Amazonas vive uma crise sem precedentes com o avanço dos casos de Covid-19. Com internações batendo recordes, unidades de saúde ficaram sem oxigênio. Com falta de leitos, estado teve que enviar pacientes para outros estados. Os cemitérios ficaram lotados, ampliaram o horário de funcionamento e instalaram câmaras frigoríficas. A Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS) informou, na última segunda-feira, 12.271 mortes e 358.920 casos da doença no Estado.