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Amazonas

Em Manaus, mortes mais que duplicam am abril, com relação a abril de 2019, diz El País

Manaus trabalha há duas semanas com ocupação acima de 90% nas unidades de terapia intensiva, sendo que a rede estadual na cidade já atingiu sua capacidade máxima, diz o jornal.

Um dos epicentros da pandemia de coronavírus no país, Manaus registrou 2.607 mortes em abril, bem mais que o dobro do que somou no mesmo mês do ano passado (1.025) e do que o número médio de óbitos (1.017 por mês) que costumava registrar nos meses anteriores à chegada da doença na cidade. Os dados foram levantados pelo El País no Portal da Transparência do Registro Civil Nacional e podem indicar que o impacto do coronavírus é ainda maior do que mostram os números oficiais.

Com o segundo menor índice de leitos de UTI (19 a cada 100.000 habitantes) entre as dez capitais com mais casos confirmados de coronavírus, Manaus trabalha há duas semanas com ocupação acima de 90% nas unidades de terapia intensiva, sendo que a rede estadual na cidade já atingiu sua capacidade máxima. Em abril, o serviço funerário havia entrado em colapso. Nos cemitérios públicos, o sepultamentos passaram a utilizar valas coletivas por falta de espaço e coveiros, enquanto funerárias privadas esgotaram estoque de caixões. No primeiro dia de maio, a cidade chegou ao pico de 151 enterros. Até o início do ano, a média, agora superior a 100, era de 30 sepultamentos diários.

Pelas estatísticas repassadas por cartórios ao Registro Civil Nacional, a tendência de mortes em Manaus para este mês segue em alta. Até quarta-feira, foram registrados 450 óbitos no município, capital com a maior taxa de letalidade (9,7%) para o coronavírus. Em projeções traçadas no fim de abril, a prefeitura da cidade considera a possibilidade de realizar, caso o pior cenário se concretize, aproximadamente 4.200 enterros apenas em maio.

Nesta quarta, no entanto, a Justiça do Amazonas negou um pedido do Ministério Público que reivindicava a necessidade de lockdown (fechamento total das cidades) no Estado. Em sua decisão, o juiz Ronnie Frank Stone apontou que “não há nada que indique uma tendência crescente a justificar medidas mais drásticas de isolamento social adotadas, em especial na cidade de Manaus”.