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Amazonas

Crise na saúde: deputados apresentam pedido de impeachment do governador do Amazonas

A justificativa para o pedido são os constantes problemas na saúde, segundo informou o deputado Wilker Barreto (Podemos).

Os deputados estaduais Wilker Barreto (Podemos) e Dermilson Chagas (PP), ingressaram no início da tarde desta quarta-feira (18), o impeachment do governador do Amazonas, Wilson Lima, e do vice-governador, Carlos Almeida Filho, pela prática de crimes de responsabilidade e improbidade administrativa.

O documento foi encaminhado à presidência da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) e se baseia na grave crise da saúde pública no Estado e a omissão do Governo em propor soluções para as problemáticas como a falta de medicamentos, insumos nas unidades hospitalares, ausência de equipamentos para exames, 600 pessoas – entre adultos e crianças -, à espera de um procedimento cirúrgico e o e atraso de quase seis meses de salários para os profissionais terceirizados da saúde. O desvio de finalidade do Fundo de Fomento ao Turismo, Infraestrutura, Serviços e Interiorização do Desenvolvimento do Amazonas (FTI) para pagamentos de outras finalidades também foi relatado pelos parlamentares.

Para Wilker, o pedido do impeachment é uma resposta da sociedade amazonense que não aguenta mais um governo que ceifa vidas por omissão na saúde.

“Chegamos ao limite. A sociedade clama por uma resposta rápida desta Casa. O cidadão de bem está exposto pelos atos criminosos praticados pelo governador Wilson Lima e seu vice, Carlos Almeida. Um Estado que ceifa a vida do povo, mas que não abre mão de gastar R$ 85 milhões com eventos, gastos supérfluos e jatinhos”, alertou o parlamentar.

Já Dermilson ressaltou que o povo amazonense não pode mais ser penalizado pelo descaso e falta de responsabilidade da atual gestão.

“O nosso ato vai em cima daquilo que denunciamos ao longo do ano na Assembleia. Um governo que não cuida da saúde e te mata, não cuida da segurança onde você morre transitando nas ruas e que não tem uma educação de qualidade e atrapalha no desenvolvimento do seu filho. Precisamos agora do apoio e força da população para salvar o futuro do Amazonas”, comentou o deputado.

Após protocolado, o pedido segue para apreciação da Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR) da Aleam e, se aprovado, será encaminhado para votação no Plenário.

Saúde em caos

Ao longo do ano, os deputados Wilker Barreto e Dermilson Chagas fizeram uma série de fiscalizações nas unidades de saúde e constataram diversas irregularidades, que vão desde a falta de materiais básicos para atendimento aos pacientes até a morte de 29 crianças cardiopatas que aguardavam por cirurgias no coração, além de cobrar soluções dos órgãos de controle na tribuna da Assembleia. Os oposicionistas também denunciaram que o Executivo preferiu aplicar recursos milionários de empréstimos e demais fundos para outros setores do que para a saúde.

Nos últimos dias, o colapso na saúde amazonense virou manchete nacional, com matérias veiculadas no Jornal Nacional da TV Globo. Na segunda-feira (16), o noticiário revelou a situação degradante do João Lúcio com pacientes abarrotados nos corredores e infraestrutura precária dos leitos. Já na terça-feira (17), a reportagem divulgou a realidade das mães que sofrem com a falta de equipamentos e atendimentos aos bebês recém-nascidos.

Na última segunda-feira, 16, o secretário de saúde do Amazonas, Rodrigo Tobias, afirmou que o Governo procura alternativas para colaborar com a estruturação da saúde pública. Entretanto, durante todo este ano, o deputado estadual Wilker Barreto sugeriu várias resoluções, incluindo na votação das emendas da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), realizada na última terça-feira, 17. Na ocasião, 32 emendas do Líder da Minoria foram rejeitadas pelo Governo, que contemplavam Hospital Francisca Mendes, Hemoam, FCecon, Maternidade Ana Braga, Hospital 28 Agosto, Instituto da Mulher Dona Lindu, Hospital João Lúcio, Hospital Platão Araújo, Fundo Estadual da Saúde e Maternidade Balbina Mestrinho. Mais de R$ 90 milhões seriam investidos.

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