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Amazonas

Covid-19: audiência na Assembleia sobre ‘terceira onda’ no AM vira ‘prestação de contas’

Governo do Amazonas diz que a a estratégia principal é prevenção, com forte atuação na vigilância em saúde e no fortalecimento das ações de atenção básica, incluindo a vacinação.

Com quatro horas de duração, a audiência pública virtual promovida pela Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa do Estado (ALE) , na tarde desta quarta-feira (07/04), anunciada como um fórum para as autoridades apresentarem os preparativos para enfrentar uma terceira onda de Covid-19, serviu mais para prestação de contas oficial da Secretaria de Saúde de Manaus (Semsa) e da Secretaria de Saúde do Amazonas (SES) dos últimos meses da pandemia.

Alguns dos pesquisadores, cientistas e demais especialistas no combate ao novo coronavírus, que foram convidados pelos deputados estaduais, sequer foram ouvidos. Outros não conseguiram fazer suas explanações como planejaram porque faltou tempo. Por isso, o deputado Wilker Barreto (Podemos), membro da Comissão, propôs uma nova reunião, segundo ele, para que o Estado e a prefeitura “apresentem, de fato, como estão se preparando para uma possível terceira onda

De forma geral, o secretário de Estado de Saúde, Marcellus Campêlo, disse que a SES vai priorizar a atuação em conjunto com a rede de atenção primária dos municípios, com testagem da população. “Vamos trabalhar para evitar que até o paciente chegue num leito desse (UTI). Trabalhar fortemente na atenção primária, na testagem”, frisou o secretário. Nenhuma medida de restrição de circulação de pessoas foi anunciada.

A secretária-executiva adjunta de Políticas em Saúde da SES, Nayara Oliveira Maksoud. Disse que o plano de enfrentamento se baseará na integração coletiva entre a vigilância sanitária e saúde primária, para que o tempo de resposta não se restrinja à abertura de leitos de UTI. Ela acredita que o mapeamento dos infectados e testagem em laboratórios podem aliviar a pressão na rede hospitalar pública.

Ela falou em “poder da saúde coletiva” e defendeu a atenção primária com a atuação de vigilância sanitária integrados, fazendo rastreio de casos, georreferenciamento e diagnóstico laboratorial. Questionada pelo deputado Wilker Barreto (Podemos) sobre o que de fato o governo aumentou em número de leitos durante o planejamento da primeira onda para a segunda onda, a secretária Nayara salientou que as instalações foram impedidas por falta de suprimentos, como oxigênio hospitalar, e de recursos humanos.

O subsecretário de Saúde de Manaus, Djalma Coelho, disse que ninguém da comissão poderia afirmar se terá ou não uma terceira onda de Covid-19 no Estado. “O que a gente tem certeza é que os hábitos de biossegurança, o isolamento das pessoas que estão doentes, o acompanhamento dos contatos, a busca ativa pela hipótese silenciosa, o tratamento precoce, o avanço na vacinação, se em pouco tempo a gente vacinar a população de 18 anos a 50 anos de comorbidades, vamos dar um passo muito grande”, declarou.

A audiência contou com a participação de membros do Ministério Público do Estado (MP-AM), Defensoria Pública (DPE-AM), a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), Fiocruz, da UEA, entre outras autoridades.

Nota

Após a audiência, o governo do Estado divulgou nota dizendo que o novo Plano de Contingência do Amazonas para o enfrentamento à Covid-19 prevê um total de 3.975 leitos. Na capital, Manaus, pode chegar a 2.643, sendo 489 de UTI. No interior são 1.332 leitos, sendo 190 de suporte ventilatório. Nenhuma UTI.

Também diz que o planejamento leva em conta, além da taxa de ocupação de leitos, fatores epidemiológicos, para embasar tomadas de decisão. “Paralelamente ao dimensionamento da rede, ações de prevenção, com foco em vigilância em saúde e nas ações da atenção básica, estão sendo reforçadas”, afirma.

A nota diz, ainda, que a estratégia principal da SES é prevenção, com forte atuação na vigilância em saúde e no fortalecimento das ações de atenção básica, incluindo a vacinação. E que “o objetivo é evitar que os casos aumentem para evitar as internações e a mortalidade”.

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