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Amazonas

Com previsão de nova grande vazante, órgãos estaduais devem acionar o governo federal para dragagem dos rios, apontam empresários

Empresários do comércio, serviços, turismo e navegação se reuniram para debater ações para minimizar os impactos da estiagem que, neste ano, segundo as previsões do setor.

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O presidente do Sindicato das Empresas de Navegação Fluvial do Amazonas (Sindarma) e vice-presidente da Federação Nacional das Empresas de Navegação Aquaviária (Sindarma), Galdino Alencar Júnior, disse, ontem (06/02), que os órgãos estaduais competentes já poderiam sinalizar o governo federal para ações como a batimetria do rio e identificar os locais onde terão problema para que seja feita a dragagem o quanto antes.

A declaração foi dada após a 2ª Reunião de Diretoria da Federação do Comércio do Amazonas (Fercomércio-AM), com empresários e presidentes de sindicatos do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado, para debater ações para minimizar os impactos da estiagem que, neste ano, segundo as previsões do setor, pode superar a vazante recorde de 2023, a maior já registrada na Amazônia.

“Os números indicam, até agora, que nós iremos ter uma seca maior do que a do ano passado. Eu tenho uma régua que fica em Porto Velho, na calha do Rio Madeira, e ela já indica, por exemplo, dia 1º de janeiro de 2023, ano passado, o nível do rio lá era 8,63m. 1º de janeiro de 2024, 7,80m. Estamos quase 1 metro abaixo do que o ano passado”, disse Galdino.

O dirigente do Sindarma apontou como proposta a elaboração do “Plano Verão” para se antecipar aos problemas ocasionados pela estiagem. “Conversei com o diretor de Infraestrutura Aquaviária do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) em Brasília, Erick Moura, e ele nos alertou sobre a urgência no envio de ofícios, pois o processo licitatório leva seis meses e se demorar a tomar as providências, vai chegar o verão, não vai ter licitação aprovada, e vamos ter um problema grave na seca novamente. A seca não é boa para ninguém, para os transportadores também não é”, enfatizou.

O presidente da Fecomércio AM, Aderson Frota, ressaltou que a estiagem severa, ano passado, atingiu a capital e todos os municípios do Amazonas e elencou alguns dos efeitos gerados pelo período de seca para o abastecimento de produtos para a população.

“O frete marítimo aumentou em todas suas operações quase 3 vezes em termos de valor. Houve aumento do custo de operações de carga e descarga, entre os portos intermediários (Pecém, no Ceará, e Vila do Conde, no Pará) e os portos de Manaus, onde era possível ancorar os navios a nós destinados. As mercadorias destinadas a Manaus eram distribuídas em pequenas quantidades, em balsas, que navegavam até Manaus e este fracionamento das mercadorias se converteu em aumento do prazo de chegada de mercadorias aos nossos portos, que era de 30/35 dias, saltando para 120 a 150 dias. O custo cresceu 5 vezes”, afirmou Frota.

A descapitalização das empresas em tempos de crise também foi apresentada como um fator de preocupação para a estiagem. “As empresas comerciais continuam com a obrigação de efetuar o pagamento antecipado do ICMS em no máximo 45 dias da emissão da nota fiscal do fornecedor, com os acréscimos dos agregados (MVAs), sem receber e sequer vender as mercadorias”, disse.