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Amazonas

Coluna que informou sobre Operação Sangria diz que Wilson Lima ‘não terá sossego em agosto’

“Os fatos ilícitos investigados têm sido praticados sob o comando e orientação do governador do estado do Amazonas, Wilson Lima”, disse a subprocuradora-geral da República Lindôra Araújo.

Com o título ‘Ventos Frios’, a coluna Radar, da revista Veja, anunciou, nesta sexta-feira, que os governadores do Amazonas, Wilson Lima (PSC) e do Pará, Helder Barbalho (MDB) não terão sossego em agosto. Foi a coluna que informou, no final de março, que Wilson Lima seira um dos próximos alvos da Procuradoria Geral da República (PGR) na investigação de contratos emergenciais e que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) autorizou operações para apurar corrupção em contratos da pandemia nos Estados, entre elas a Operação Sangria, no Amazonas, que tinha como alvos o governador do Amazonas.

Nota da coluna Radar, da revista Veja, nesta sexta-feira.

Na operação Sangria, investigadores do Ministério Público Federal (MPF) e da Polícia Federal cumpriram mandados de prisão temporária contra oito pessoas, além de buscas e apreensões em 14 endereços de pessoas ligadas a Wilson Lima. A Justiça bloqueou bens no valor R$ 2,976 milhões, de 13 pessoas físicas e jurídicas. O governador também foi alvo de buscas e bloqueio de bens, na investigação que apura a atuação de uma organização criminosa instalada no governo do Amazonas com o objetivo de desviar recursos públicos destinados a atender as necessidades da pandemia de Covid-19.

Com a participação direta do governador, foram identificadas compras superfaturadas de respiradores, direcionamento na contratação de empresa, lavagem de dinheiro e montagem de processos para encobrir os crimes praticados. No requerimento das cautelares, a subprocuradora-geral da República Lindôra Araújo sustenta que as investigações permitiram, até o momento, “evidenciar que se está diante da atuação de uma verdadeira organização criminosa que, instalada nas estruturas estatais do governo do estado do Amazonas, serve-se da situação de calamidade provocada pela pandemia de Covid-19 para obter ganhos financeiros ilícitos, em prejuízo do erário e do atendimento adequado à saúde da população”.

Em um dos contratos investigados foi encontrada suspeita de superfaturamento de, pelo menos, R$ 496 mil. Além disso, apurou-se que os respiradores foram adquiridos por valor superior ao maior preço praticado no país durante a pandemia, com diferença de 133%. No esquema identificado pelo MPF e pela Polícia Federal, o governo do estado comprou, com dispensa de licitação, 28 respiradores de uma importadora de vinhos.

Em uma manobra conhecida como triangulação, uma empresa fornecedora de equipamentos de saúde, que já havia firmado contratos com o governo, vendeu respiradores à adega por R$ 2,480 milhões. No mesmo dia, a importadora de vinhos revendeu os equipamentos para o estado por R$ 2,976 milhões. Após receber valores milionários em sua conta, a adega os repassou integralmente à organização de saúde. Registros encontrados pelos investigadores comprovam a ligação entre agentes públicos e empresários envolvidos na fraude.

“Os fatos ilícitos investigados têm sido praticados sob o comando e orientação do governador do estado do Amazonas, Wilson Lima, o qual detém o domínio completo e final não apenas dos atos relativos à aquisição de respiradores para enfrentamento da pandemia, mas também de todas as demais ações governamentais relacionadas à questão, no bojo das quais atos ilícitos têm sido praticados”, destaca Lindôra Araújo. Estão sendo apuradas suspeitas da prática de peculato, delitos da lei de licitações, organização criminosamente, lavagem de dinheiro, e crimes contra o sistema financeiro.

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