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Amazonas

Colapso na saúde: produção de motos em Manaus tem pior bimestre em 21 anos

Na avaliação do presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian, os números registrados neste início do ano ainda refletem o agravamento da crise sanitária em Manaus, que fez com que as fábricas readequassem seus turnos .

Fábrica da Yamaha. Linha de montagem de motocicletas Yamaha. Chão de fábrica. Manaus (AM) 26.10.2010 – Foto: José Paulo Lacerda

Limitada por restrições do combate à pandemia que obrigaram as fábricas a reduzir a jornada de trabalho, a produção de motos caiu 38,6% em fevereiro na comparação com o mesmo mês do ano passado.

No total, 58 mil motos foram produzidas no mês passado, com crescimento de 8,2% sobre a base fraca de janeiro. O levantamento foi divulgado nesta quinta-feira pela Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo), entidade que representa as montadoras de motocicletas instaladas no polo industrial de Manaus, onde o sistema público de saúde entrou em colapso no início do ano com a falta de oxigênio em hospitais.

Além das restrições de funcionamento, a produção foi comprometida pela falta de peças nas linhas de montagem, fazendo com que a produção do primeiro bimestre, um total de 111,6 mil motos, fosse a menor, entre períodos equivalentes, em 21 anos.

Maior montadora de motos do País, a Honda suspendeu a produção entre 25 de janeiro e 3 de fevereiro, dando férias coletivas a operários e funcionários de áreas administrativas.

Na avaliação de Marcos Fermanian, os números registrados neste início do ano ainda refletem o agravamento da crise sanitária na cidade de Manaus, que fez com que as fábricas readequassem seus turnos de trabalho para atender ao toque de recolher implantado pelo governo estadual. “Essas medidas impediram que as fábricas mantivessem a curva crescente de produção registrada nos últimos meses de 2020”, afirma. “Acreditamos que, com produção plena a partir de março, conseguiremos recuperar parte dos volumes e, com isso, ter condições de reduzir a fila de espera por motocicletas, que hoje é de cerca de 150 mil unidades”, completa.

Varejo

Os emplacamentos em fevereiro totalizaram 57.384 unidades. O volume é 33,1% menor que o registrado no mês anterior (85.798 motocicletas) e 28,1% inferior às 79.812 motocicletas emplacadas em fevereiro de 2020.

“O impacto sofrido na produção afeta toda a cadeia. Ainda temos uma demanda reprimida que não conseguimos atender. A procura por motocicletas segue em alta, mas é preciso equilibrar a relação de oferta e demanda”, comenta o presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian.

A categoria mais emplacada em fevereiro foi a Street com 27.598 unidades e 48,1% de participação no mercado. Em segundo lugar, ficou a Trail (11.248 unidades e 19,6% do mercado), seguida pela Motoneta (7.544 unidades e 13,1%).

Emplacamentos

No bimestre foram 143.182 motocicletas licenciadas contra 171.476 no mesmo período de 2020, queda de 16,5%. As três categorias que registraram o maior volume de emplacamentos foram: Street (69.336 unidades e 48,4% de participação no mercado), Trail (27.815 unidades e 19,4%) e Motoneta (20.089 e 14%).

A média diária de vendas em fevereiro, que teve 20 dias úteis foi de 2.869 motocicletas. De acordo com levantamento da Abraciclo, foi o pior resultado para o mês desde 2003, que teve 3.390 emplacadas/dia. Na comparação com janeiro que teve o mesmo número de dias úteis, houve retração de 33,1% (4.290 unidades licenciadas/dia). Em relação a fevereiro do ano passado, que teve 18 dias úteis, a queda foi de 35,3% (4.434 motocicletas emplacadas/dia).

Exportações

Em fevereiro, as exportações de motocicletas totalizaram 2.926 unidades, o que representa queda de 25,1% na comparação com o mês anterior (3.904 unidades). Em relação ao mesmo mês do ano passado, quando foram exportadas 2.394 unidades, houve alta de 22,2%.

De acordo com levantamento do portal de estatísticas de comércio exterior Comex Stat, que registra os embarques totais de cada mês, analisados pela Abraciclo, os três principais destinos foram: Estados Unidos (1.628 unidades e 44,2% do volume total exportado), Argentina (762 unidades e 20,7% das exportações) e Canadá (450 unidades e 12,2%).

No primeiro bimestre, foram exportadas 6.830 motocicletas, o que representa aumento de 66,8% na comparação com o mesmo período do ano passado (4.095 unidades). Os países que mais receberam motocicletas produzidas no Polo de Manaus foram: Estados Unidos (2.826 unidades e 36,6% do total exportado), Argentina (2.466 unidades e 31,9%) e Colômbia (694 unidades e 9%).

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