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Amazonas

Cheia histórica em Eirunepé alaga cinco de sete bairros e prefeito pede ajuda pela internet

Conforme a prefeitura local, são 14 mil moradores atingidos pela cheia do rio Juruá

Nos bairros alagados, os moradores usam canoa para trafegar pelas ruas

O município de Eirunepé (a 1.160 quilômetros a sudeste de Manaus) está enfrentando este ano a maior enchente da história recente do Rio Juruá. Com o nível de 17,17 metros, a cheia atingiu 14 mil moradores em cinco dos sete bairros da cidade. Já são 3,7 mil casas atingidas e as águas continuavam subindo nesta sexta-feira, segundo informações da Prefeitura.

O prefeito Raylan Barroso informou que decretará estado de calamidade no município nas próximas horas diante do “cenário de guerra” vivido pelos moradores em meio à pandemia de Covid-19. Ele disse que a Prefeitura lançou uma campanha solidária (‘SOS Enchente Eirunepé 2021’) para arrecadar mantimentos e ajuda financeira para as pessoas atingidas pela cheia. “Eu gostaria de pedir doações de roupa, cestas básicas, medicamentos, colchões, ajuda financeira para comprar madeira e gás de cozinha”, disse o prefeito.

 

Burocracia

Raylan informou que a burocracia dos governos Estadual e federal tem atrapalhado o enfrentamento da pior cheia da história de Eirunepé. Ele destacou que o governador Wilson Lima (PSC) ficou de ajudar a cidade, mas até o momento nenhum dos pedidos de ajuda chegou até o município. “Até o momento tudo em fase de tramitação. Não saiu um real. O governador ficou de nos ajudar a respeito de duas mil botijas de gás, e cestas básicas. Ele não disse quantas poderia ajudar”, disse o prefeito.

Raylan destacou, ainda, que o item que mais necessita para o enfrentamento da cheia, a madeira para a construção de marombas, não pôde ser disponibilizado pelo governo. “É o que mais estamos precisando para as pessoas poderem andar dentro das próprias residências. Ele (governador) disse que tinha um empecilho porque, como não tinha ninguém com madeira certificada aqui, isso iria atrapalhar. A população vai morrer por que não tem madeira certificada? Não há um outro jeito?”, questionou.

“Fiz um vídeo apelando pedindo para que o presidente (Jair Bolsonaro) possa vir até Eirunepé. Entrei em contato com a bancada federal, estão em articulação com o Ministério da Defesa. A morosidade na tramitação do processo é que acaba prejudicando, porque as pessoas estão num estado crítico aqui”, completou.

Economia

De acordo com informações da Prefeitura, Eirunepé registrou mais de 3,4 mil casos da Covid-19 e 20 mortes. E sofrerá as consequências econômicas com a cheia histórica do Rio Juruá. Os produtores de farinha da cidade, responsáveis pela maior produção de farinha branca do estado, podem amargar prejuízo de 50% da safra este ano.

Além da campanha de vacinação contra a Covid-19, o prefeito Raylan disse também que a prefeitura se prepara para os outros casos de doenças que surgem com as enchentes do rio Juruá e pelos surtos no estado vizinho, o Acre. “Além da Covid, todo o Acre está com surto de dengue, malária. E isso vem para cá. A enchente traz doenças que vão aparecer como hepatite, leptospirose, febre tifoide, além de ataques com animais peçonhentos, como cobra, aranhas, peixe elétrico”.

A Prefeitura de Eirunepé disponibilizou uma conta bancária para as doações:
Banco do Brasil
Agência: 1057-X
Conta: 19.124-8

Mais informações podem ser pedidas pelo telefone: (097) 98433-8709.

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